Head Office +55 11 5908 4050

ÁREA RESTRITA | CANAL DE DENÚNCIAS

Embarcações maiores podem garantir mais competitividade

Embarcações maiores podem garantir mais competitividade
06/05/2016

“O setor portuário precisa se preparar para a chegada de navios maiores, de modo a otimizar o uso dos recursos aprimorados e garantir mais eficiência”, afirma João Momesso, Diretor de Comércio da Maersk Line Brasil. Em sua análise, ao conseguir movimentar mais carga em tempo menor, toda a cadeia se beneficia, desde o embarcador até o produtor, a indústria e próprio consumidor. “A Maersk Line sempre busca renovar a sua frota e a melhor distribuição e eficiência dos seus navios e rotas no mundo e, embora a tendência seja de que os navios maiores comecem a ser enviados para o Brasil, isso está condicionado à demanda pela carga e à qualidade – e competitividade – da infraestrutura. “Assim, o que precisamos hoje no Brasil é reduzir a burocracia, realizar obras de dragagem e os investimentos certos tanto nos novos terminais quanto nos existentes”, reforça o executivo.

Na América Latina, a Maersk opera navios que vão de 2.500 Teus até 13.000 Teus. Ainda considerando as vantagens que os navios maiores trarão ao comércio mundial, Momesso garante que as embarcações de grande porte trazem um impacto positivo para o meio ambiente. “O Triple-E, da Maersk, por exemplo, reduz as emissões de CO2 em 35% por container transportado na rota da Ásia-Europa, sendo muito mais eficiente do que um trem, caminhão ou avião”. Com um sistema de recuperação de perda de calor, o navio economiza até 10% da potência do motor principal, o que equivale ao consumo anual médio de 5.000 casas europeias.

Gramas de CO2 emitidos por tonelada transportada a cada Km
maersk_chart

O executivo lamenta também a escassez de mão de obra qualificada no setor de navegação, que sofre com uma falta de talentos, embora as grandes companhias ainda continuem a oferecer planos de carreiras atrativos com salários competitivos. “Muitos brasileiros vislumbram carreiras na área de serviços no Brasil e buscam oportunidades em medicina, advocacia, mídia ou pedagogia, mas poucos enxergam ou pensam nas possibilidades de uma profissão no setor marítimo, gerando uma escassez de talentos para os amadores”, disse ele, reforçando ainda que a área tem oportunidades que se expandem para diversas partes do mundo.

Apesar de manter o foco na navegação, com o cenário adverso representado pelas baixas tarifas de frete, a Maersk Line vem diversificando seus investimentos para além dos navios. “Por exemplo, a companhia acabou de comprar 30 mil novas unidades de containers refrigerados, que vão se somar ao estoque atual para que a empresa continue a oferecer a maior cobertura (e liderança mundial) no segmento de carga refrigerada. O Brasil representa um dos cinco mais importantes mercados de carga refrigerada no mundo, e acreditamos nas oportunidades que a demanda da China oferece para o setor frigorifico no Brasil”.

Embora as exportações brasileiras venham sendo bastante festejadas, há limites quanto à quantidade de armadores preparados para operarem no país, uma vez que as tarifas de frete têm se aproximado dos níveis mais baixos historicamente no mundo todo. “Continuamos a ver um declínio nas importações no Brasil enquanto o crescimento das exportações brasileiras está ameaçado”, alerta.

De acordo com a mídia especializada e analistas no mundo todo, a nova Ocean Alliance, formada em abril, que abrange grandes companhias de navegação, deverá se tornar o maior concorrente para as parceiras Maersk / MSC, que hoje compõem a chamada 2M (Leia no Guia). Juntos, os dois grupos deverão englobar cerca de 51% da capacidade mundial de movimentação de containers.

Fonte: Guia Marítimo