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Más condições de vias em outras regiões faz SP concentrar portos secos

Más condições de vias em outras regiões faz SP concentrar portos secos
30/11/2017

Mais da metade do transporte de cargas no país -cerca de 60%- é feito por rodovias, segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte). O dado demonstra o desequilíbrio entre modais, que gera gargalos e precisa de soluções como condomínios logísticos e portos secos em pontos estratégicos.

Contudo, a localização desses polos estratégicos é irregular no Brasil. De acordo com dados do IBGE, o Estado de São Paulo concentrava em 2014 a maioria dos portos secos, com 28 dos 62 existentes em todo o Brasil.

Havia apenas quatro nas regiões Nordeste e Norte, localizados em Recife, Salvador, Belém e Manaus.

No caso dos condomínios logísticos, a concentração maior também está em São Paulo, com 59% dos espaços.

Apesar da Zona Franca, apenas 12% estão em Manaus, enquanto Pernambuco se limita a 1% do total. Os dados, referentes ao quarto trimestre de 2016, foram divulgados pela consultoria Colliers International.

A explicação para a desigualdade passa pelas condições das rodovias. Os principais eixos de ligação do Sudeste são compostos por estradas pedagiadas, que oferecem melhores condições para as centrais logísticas se instalarem, apesar do custo.

“Ainda que os pedágios, em geral, sejam caros, os benefícios surgem com diminuição dos custos de manutenção dos veículos, principalmente os de cargas”, afirma Mauro Schlüter, professor de transporte da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, afirma que as concessões são positivas, mas não devem ser o único caminho para melhorar as condições das estradas brasileiras. “É um bom remédio, mas não pode ser a solução para todos os males.”

OPORTUNIDADES

A má distribuição dos centros logísticos se transforma em oportunidade de negócio para empresas do setor, que têm registrado expansão média de 10% ao ano de acordo com Colliers International.

A Syslog-Inteligência Logística planeja investir pelo menos R$ 500 milhões nos próximos anos para a construção de centros logísticos para locação. O objetivo é chegar a 500 mil metros quadrados de galpões Brasil afora, com forte penetração nas regiões Norte e Nordeste.

Os centros que integram modais também se modernizam para servir de pontes entre os extremos do país.

A fabricante de painéis MDF Guararapes, de Santa Catarina, conseguiu chegar ao Nordeste por meio do Centro de Distribuição de Suape, em Pernambuco, em operação conjunta com a Wilson Sons Logística.

A carga segue de caminhão até o Porto de Itajaí e de lá embarca para o Porto de Suape -cerca de 2,6 mil quilômetros de distância marítima. A expectativa é reduzir em até 80% o tempo de entrega.

ACIDENTES

A expansão de empreendimentos logísticos nas áreas menos atendidas se baseia também na redução dos acidentes graves em rodovias.

Houve queda de 27% das mortes em estradas federais entre 2011 e 2016. O índice faz parte do Atlas de Acidentalidade no Transporte, divulgado em agosto pela Volvo, com base no banco de dados da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo a polícia, os principais fatores que levaram à queda foram aumento da fiscalização, legislação mais dura com infratores, obras concluídas e policiamento reforçado em trechos críticos.

Fonte: Folha SP