No mundo do vinho, cada taça conta uma história que transcende fronteiras. Da plantação à mesa, um intrincado sistema logístico dá vida a essa jornada, moldando o cenário das importações e exportações da bebida.
No blog de hoje, mergulhamos nesse universo multifacetado para desvendar os segredos por trás dos números e processos que movem o comércio de vinhos.
Mais do que uma bebida, um embaixador global
Em alguns países, sobretudo os europeus, o vinho é uma bebida onipresente: dos eventos sociais às refeições do dia.
Não à toa, Portugal ocupa o primeiro lugar no ranking dos maiores consumidores de vinhos per capita do mundo, segundo dados oficiais da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). No país ibérico, o consumo médio anual chega a 51,9 litros por pessoa.
Embora o Brasil não figure entre os principais consumidores, a crescente demanda interna e as mudanças de hábitos dos brasileiros vêm desenhando um novo panorama.
Atualmente, o Brasil consome em média 2 litros de vinho por ano, de acordo com a Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). No entanto, há uma tendência ascendente, notada durante a pandemia de Covid-19, que impulsionou as importações de vinhos finos e de mesa, abrindo espaço para novas oportunidades de mercado.
A logística por trás do vinho
A logística do vinho abrange uma variedade de desafios, desde a seleção do modal de transporte mais adequado até a gestão eficiente dos processos alfandegários.
Ao importar vinhos, o frete internacional surge como um serviço de alto valor agregado, demandando expertise e parcerias especializadas para garantir condições vantajosas. Através desses contatos, é possível obter preços competitivos, sempre atentando para a contratação do seguro internacional.
Na seleção do modal de transporte, diversos aspectos entram em jogo. No Brasil, enquanto o modal rodoviário é comum para países vizinhos como Chile e Argentina, o transporte marítimo atende as demandas sobretudo europeias, destacando-se pela eficiência e capacidade de acomodar grandes volumes de caixas em pallets. Já o aéreo, apesar de menos utilizado, representa uma opção para cargas de menor volume, embora com custos mais elevados.
A chegada do produto no Brasil
Quando a carga chega ao Brasil, inicia-se o processo de desembaraço aduaneiro, onde a fiscalização da Receita Federal se faz presente. A transferência da carga para um terminal autorizado visa evitar custos elevados de armazenagem na zona primária, possibilitando a análise documental e física necessária para a nacionalização formal do produto.
Além dos desafios logísticos, alguns aspectos regulatórios também merecem atenção. O registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é obrigatório, assim como a obtenção de certificados de origem, análise e tipicidade.
Além do mais, o cuidado com os documentos exigidos do exportador, incluindo rótulos claros e certificados adequados, é essencial para o sucesso da importação.
A logística da importação de vinhos demanda expertise, cuidado e diligência em cada etapa do processo. Do frete internacional ao desembaraço aduaneiro, cada detalhe é crucial para garantir que os vinhos cheguem às prateleiras brasileiras com qualidade e eficiência.