O canal de navegação do Porto de Santos pode sofrer com o assoreamento, caso não seja adotada uma medida rápida e que garanta a continuidade da dragagem de manutenção ao longo de toda a sua extensão. Isso porque o contrato entre o Ministério da Infraestrutura e o consórcio formado pelas empresas Van Oord Operações Marítimas e Boskalis do Brasil é valido até agosto, mas a retirada de sedimentos termina no fim desta semana.
Assim que as dragas pararem de operar, será feita apenas a medição das profundidades obtidas – que vai até agosto. A obra também prevê a retirada de sedimentos dos berços de atracação e de seus acessos.
O cenário pode ser revertido mediante uma renovação do contrato ou uma nova contratação – até que a atividade seja concedida à iniciativa privada.
Esta última opção é desejo da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), mas é inviável ocorrer em tão curto prazo. Segundo o delegado regional da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Eliezer Giroux, faltou cuidado com a questão.
“Não sei quem falhou, mas permitir que um contrato encerre em abril, sem nenhum plano de continuidade… Isso mostra uma falha. Alguém não pensou o que pode acontecer no segundo semestre”, diz.
O assunto foi tema de reunião na Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, em Brasília, com o diretor-presidente da Codesp, Casemiro Tércio Carvalho, representantes da iniciativa privada, além de membros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Ministério, Rita de Cássia.
De acordo com Giroux, as conversas têm como objetivo fazer com que o Governo Federal garanta a continuidade do serviço de dragagem. “O risco de assoreamento é muito alto, bem como a perda de calado”.
Respostas
Em nota, a Codesp e a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura informaram trabalhar em conjunto para avaliar as alternativas para evitar a descontinuidade do serviço.
Fonte: A Tribuna