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Quilômetros de falta de infraestrutura

Quilômetros de falta de infraestrutura
21/06/2016

Um estudo elaborado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) sobre a situação das rodovias brasileiras apontou que o custo de logística pode ser encarecido em até 40%, em razão da má qualidade da infraestrutura rodoviária do país. O Guia Marítimo que já levantou a necessidade de investimentos urgentes no transporte, mostrou que a relação benefício dos operadores logísticos tem sido afetada graças a sua precariedade.

De acordo com o estudo, ao final de 2015, só cerca 200 mil quilômetros de rodovias, de um total de 1,8 milhão, estavam pavimentadas. “Se o modal rodoviário é o mais utilizado, responsabilizando-se por mais de 60% do transporte de mercadorias, é de se imaginar o que o País perde por apresentar uma malha rodoviária que, em muitos Estados, nada fica a dever à dos países mais pobres do mundo”.

A opinião é do presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton Lourenço. Para ele, em um comparativo com os EUA, a situação se torna, no mínimo, humilhante. “Embora tenha mais de 5 milhões de quilômetros em rodovias pavimentadas, o país utiliza apenas 20% do modal para fazer transportar suas cargas”, ressalta, lembrando que se a comparação for com países menos desenvolvidos, ainda assim a situação continuará constrangedora. “A China e Índia têm cada uma 1,5 milhão de quilômetros pavimentados em rodovias, ou seja, sete vezes mais que o Brasil”, destaca.

Com uma expectativa de que para sanar os gargalos da infraestrutura brasileira pelo menos R$ 106 bi seriam necessários, o executivo destaca que mesmo assim isso não significa dotá-lo de uma malha viária digna de uma nação de primeiro mundo”. E destaca que isso acontece porque “o governo não tem se mostrado capaz de colocar em prática um plano de construção e reconstrução da malha viária. Nem se apresenta com caixa suficiente para levar adiante esse desafio”.

Uma pesquisa realizada pela consultoria GO Associados mostra que a cada ano que o Brasil deixa de investir na infraestrutura, a economia perde R$ 151 bilhões. E piora: o valor já é próximo ao déficit primário calculado para o País em 2016.

Para Lourenço, só a criação de modelos de concessão serão capazes de atrair um maior número de investidores privados, o que poderia reverter essa situação crítica. “É preciso também estimular o desenvolvimento dos modais ferroviário e hidroviário para que o transporte de cargas não dependa tanto do caminhão, além de estimular a expansão da cabotagem, modal fundamental para um país com dimensões continentais e com 7.367 quilômetros de linha costeira”, finaliza.

Fonte: Guia Marítimo