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​Com oferta ampliada, cabotagem toma seu espaço

​Com oferta ampliada, cabotagem toma seu espaço
08/08/2016

Alternativa competitiva no transporte de cargas, com crescimento contínuo, apesar de um tanto discreto, a cabotagem tem se mostrado há muito tempo um modal promissor para a extensa costa navegável do Brasil, que atende os principais municípios, polos industriais e grandes centros consumidores.

Entre os trunfos amplamente conhecidos da atividade, estão o custo do frete e dos seguros, a segurança da carga, a confiabilidade dos prazos, os baixos níveis de avaria dos produtos, o acompanhamento mais eficiente da rota e a armazenagem.

Apostando no segmento, a Mercosul Line investiu R$ 200 milhões na expansão da sua frota para quarto embarcações e introduziu uma nova rota conhecida como Sling Two – com paradas nos portos de Buenos Aires (Argentina), Rio Grande (RS), Navegantes (SC), Santos (SP), Suape (PE), Fortaleza (CE) e Salvador. Além disso, o serviço que também é internacional liga o mercado Brasil e River Plate como China e todo o mercado do Sul ao extremo.

“Como benefícios específicos para a cabotagem, o serviço traz acesso a uma série de portos com os quais antes nós não tínhamos conexão, como Rio Grande, Fortaleza e Salvador. No serviço internacional, sem dúvida, abrem-se as oportunidades de oferecer serviços de River Plate (Buenos Aires) no futuro, em relação aos feeders que o grupo também tem na região”, explica Viviane Rodrigues, diretora comercial da Mercosul Line, salientando que essa é a grande novidade que vai aumentar a capacidade e a possibilidade de oferecer uma maior gama de serviços para os seus clientes.

A executiva destaca que ter um operador atendendo a um número maior de portos faz com que os custos para os clientes globais e de cabotagem sejam mais eficientes e competitivos. “Nós temos discutido com alguns desses clientes que hoje fazem a movimentação de boa parte – se não 100% – da movimentação em caminhões, e acreditamos sim poder converter isso para a cabotagem”.

Ela define todo trabalho inicial como “de formiguinha”, e conta que, com a cabotagem, não foi diferente, porém os esforços já surtem efeitos. “Com o tempo, a gente conseguiu converter uma série de oportunidades em realidade”, aponta.

Os serviços da Mercosul já poderão ser usados por clientes que, até então, não tinham acesso às novas rotas, uma vez que essa cobertura ainda não era oferecida pela companhia, respeitando a prioridade “aos já de casa”, segundo a executiva. Viviane Rodrigues salienta, no entanto, que, mesmo mantendo a prioridade para os clientes ativos, “sem dúvida haverá a possibilidade de ter novos clientes ou trazer oportunidades de conversão do modal rodoviário para o marítimo para novos interessados”. E afirma: “estaremos atentos a essas oportunidades”.

Para o futuro, Rodrigues comenta que o crescimento do modal continua acontecendo, mesmo em anos de crise, ou – como brinca –, de dificuldades. “E a gente continua acreditando nesse mercado, por isso estamos investindo: acredito que a cabotagem só tem a crescer no país”.

Outros olhos

Em entrevista publicada no Guia Marítimo no início da semana passada, Marco Aurélio Dias, da Frette Logística, levantou uma questão polêmica acerca da participação do agente de cargas na atividade de cabotagem. Segundo Dias, os armadores teriam dificuldades em reconhecer o trabalho Intermediário das agências e têm tratado do avanço da cabotagem de maneira independente, o que não acontece nas operações de longo curso.

Na opinião da diretora comercial da Mercosul Line, as divergências existem, até mesmo entre os próprios operadores. “A Mercosul especificamente tenta tomar uma posição de isenção em relação aos extremos. Mas no que tange ao valor que o agente de carga agrega aos clientes, acreditamos que ele pode realmente ajudar e contribuir para a cabotagem como um todo”.

Viviane defende não apenas a demarcação do serviço, a ser prestado por um ou por outro operador da cadeia, mas sim a qualidade: “a cabotagem tem esse perfil de porta-a-porta, e nós oferecemos esse serviço também; então sempre que nós pudermos, com certeza vamos entrar e oferecê-lo com a melhor qualidade possível”, finaliza.

O Guia Marítimo abre o canal para discussões sobre a melhor forma de atender ao mercado, com vistas ao desenvolvimento da atividade de transportes e logística para melhoria da competitividade do Brasil. Para fomentar as discussões e ajudar o setor a encontrar caminhos que sejam satisfatórios para o embarcador e todos os prestadores de serviços da cadeia logística, o Grupo Guia promove, no dia 15 de setembro, o evento A Hora da Cabotagem, que acontece no Hotel Meliá, em São Paulo. Consulte a programação e participe do maior encontro do setor.

Fonte: Guia Marítimo