A lógica da distribuição de cargas no Brasil ainda carrega insustentáveis paradigmas históricos que oneram os serviços e causam impactos ambientais. Essa foi a temática abordada em painel apresentado pelo Guia Marítimo, MRS Logística e Embraport durante a Expo Scala 2015, em Campinas-SP. O foco da apresentação foi analisar os caminhos que o mercado e a região ainda precisam trilhar para migrar para o modelo multimodal como uma maneira de repensar custos de produtos, ganhar agilidade nos procedimentos e diminuir o impacto ambiental. O painel foi conduzido por Elisa Fiqueiredo, Gerente de Negócios responsável por cargas conteinerizadas da MRS Logística, Fábio Siccherino, Diretor Comercial de Novos Negócios da Embraport e Martin von Simson, diretor do Guia Marítimo e Guia AZ2 Training.
Segundo dados da Parallaxis apresentados por Martin von Simson, a matriz de transportes no Brasil ainda depende fortemente do serviço rodoviário para longas distâncias. A utilização do sistema de ferrovias ainda fica muito aquém dos números registrados mundialmente: o Brasil carrega apenas 25% de suas mercadorias em trens, enquanto outros países mantêm-se próximos aos 40%, com exceção da Rússia, que utiliza expressivos 81% (deixando apenas 8% para as rodovias). Fábio Siccherino acrescentou ainda que, no Brasil, há 28,9 mil quilômetros destinados à malha ferroviária, contra 200 mil quilômetros nos Estados Unidos. Apesar do cenário ainda desfavorecido, Siccherino afirma que setor já vem passando por mudanças, com pacotes governamentais de concessões para investimento e potencial crescimento na movimentação de contêineres, da ordem de 32% ao ano.
Siccherino exemplificou que o Porto de Santos movimenta apenas 2% das cargas pelo modal ferroviário, mesmo sendo a melhor alternativa para escoamento de cargas em atendimento a ampliação do Porto, uma vez que não se sujeita aos congestionamentos do Sistema Anchieta/Imigrantes e evita riscos de roubo e acidentes. Ele disse que a expectativa do Governo Federal é que os volumes que acessam o Porto de Santos pela ferrovia passem a representar 40% do total nos próximos cinco anos. Na mesma direção, a Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários) pretende investir R$ 40 milhões na construção de um pátio ferroviário com 850 metros de extensão e capacidade de movimentação anual de 200 mil Teus.
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Fonte: Guia Marítimo