Brasília (1º de novembro) – Nos dez primeiros meses de 2016, as exportações brasileiras foram de US$ 153,088 bilhões e as importações, US$ 114,561 bilhões. O resultado foi um superávit recorde de US$ 38,5 bilhões, o maior para o período desde o início da série histórica, em 1989. Em 2015, de janeiro a outubro, o saldo positivo tinha sido de US$ 12,248 bilhões, valor mais de três vezes inferior. Os dados foram divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio exterior e Serviços (MDIC). Apesar do saldo recorde, na comparação com o mesmo período de 2015, as exportações de janeiro a outubro, pela média diária, registraram retração de 5,1%, e as importações foram 23,1% menores.
O diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações da Secex, Herlon Brandão, disse que o ministério mantém a estimativa de superávit comercial entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões para o ano. “Tivemos um mês de outubro atípico, com as exportações e as importações apresentando quedas mais altas que nos últimos meses, mas o saldo comercial mantém a trajetória de alta”, disse.
Outubro
No mês, as vendas externas brasileiras alcançaram US$ 13,721 bilhões. Sobre outubro de 2015, houve retração de 10,2%, e de 8,8% em relação a setembro de 2016, pela média diária. As importações, em outubro, totalizaram US$ 11,375 bilhões. Sobre igual período do ano anterior, foi registrada retração de 15%, e de 0,4% sobre setembro de 2016, pela média diária. O saldo comercial de outubro apresentou superávit de US$ 2,346 bilhões, valor 17,5% superior ao alcançado em igual período de 2015, US$ 1,996 bilhão. Sobre outubro do ano anterior, decresceram as exportações de básicos (-18,6%), manufaturados (-4%) e semimanufaturados (-0,4%).
Segundo o diretor Herlon Brandão, a média diária tanto das exportações (US$ 666,1 milhões) quanto das importações (US$ 568,8 milhões) é a menor para meses de outubro desde 2006. Perguntado sobre o efeito da apreciação do real sobre as exportações brasileiras, Brandão explicou que o câmbio impacta, mas as análises do MDIC ainda “não notou que o dólar seja o responsável pelo comportamento das exportações e importações, no mês”.
No grupo dos básicos, quando comparado com outubro de 2015, decresceram as vendas principalmente de para US$ 277 milhões), algodão em bruto (-27,7%), carne bovina (-16,6%), e minério de cobre (-13,1%). No grupo dos manufaturados, quando comparado com outubro de 2015, retrocederam as vendas principalmente de tubos flexíveis de ferro e aço (-54,9%), laminados planos (-41,5%), motores para veículos e partes (-18,8%), óxidos e hidróxidos de alumínio (-17,9%), e autopeças (-12,7%). Já entre os semimanufaturados, no mesmo comparativo, caíram as vendas principalmente de ferro fundido (-27,9%) e celulose (-18,2%). Por outro lado, houve crescimento das vendas de alumínio em bruto (+36,4%), açúcar em bruto (+27,2%), semimanufaturados de ferro e aço (+8,4%), couros e peles (+7%).
Por mercados compradores, diminuíram as vendas para os seguintes destinos: África (-18%), América Central e Caribe (-16,8%), Ásia (-17,1%), União Europeia (-6,8%), Estados Unidos (-6,7%) e Mercosul (-3%, sendo que a Argentina cresceu 3,6%, por conta veículos de carga, máquinas para terraplanagem, calçados, máquinas para uso agrícola, minério de manganês, inseticidas, soja em grão, pneumáticos, compostos heterocíclicos, zinco em bruto, carne suína, máquinas p/elevação de carga, energia elétrica). Também foi registrado crescimentos de exportações para a Oceania (+48,9%), No mês, os cinco principais compradores de produtos brasileiros foram foram: China (US$ 2,619 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,769 bilhão), Argentina (US$ 1,059 bilhão), Países Baixos (US$ 731 milhões) e Alemanha (US$ 407 milhões).
Apesar de ter havido um decréscimo de 13,9% no índice quantum, que me de os volumes embarcados, no mês de outubro foi registrado aumento do índice de preço de 4,2%. Brandão avaliou que produtos como soja em grão (8,7%), minério de ferro (11,3%), petróleo em bruto (8,6%), carne bovina em natura (3,5%) e café em grão (13,6%) foram alguns dos responsáveis pela alta dos preços no mês. ”Diferentemente do que estava acontecendo, observamos um aumento no índice de preços de alguns produtos importantes para a pauta brasileira”, disse.
Em outubro, em relação ás importações, decresceram as compras de combustíveis e lubrificantes (-52,8%), bens de capital (-19,9%), bens de consumo (-13,3%) e bens intermediários (-4,1%).
Com relação a bens de capital, houve queda nas importações de: equipamentos de transporte industrial e bens de capital. No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de petróleo em bruto, carvão, gás natural. No segmento bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de bens de consumo duráveis (automóveis, cafeteiras, stents, próteses de artérias vasculares, lentes intraoculares); e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (fungicidas, anticorpo humano, medicamentos, desodorantes, confecções, artefatos de plástico, artigos esportivos, filés de peixe). No segmento de bens intermediários decresceram as aquisições de insumos industriais elaborados (cloretos de potássio, inseticidas, naftas p/petroquímica, cobre n/refinado, ureia, compostos heterocíclicos, superfosfato).
Por mercados fornecedores, na comparação outubro 2016/2015, caíram as compras originárias dos principais mercados: Oriente Médio (-69,7%), África (-60,5%), Oceania (-40,2%), América Central e Caribe (-23,9) e União Europeia (-7,2%) , Estados Unidos (-7%), e Ásia (-5%), e Mercosul (-0,9%). Em outubro, os principais fornecedores brasileiros foram China (US$ 2,120 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,964 bilhão), Alemanha (US$ 722 milhões), Argentina (US$ 719 milhões) e Japão (US$ 372 milhões).
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a outubro de 2016, houve retração nas exportações de produtos básicos (-10%) e manufaturados (-1,6%), enquanto cresceram as vendas de semimanufaturados (+3,5%). Entre os básicos, houve diminuição de receita de: petróleo em bruto (-20%), café em grão (-19,1%), minério de ferro (-14%), fumo em folhas (-12,1%), e minério de cobre (-11,9%), entre outros. No grupo dos manufaturados, ocorreu retração principalmente em: autopeças (-23,2%), laminados planos (-21,9%), motores para veículos e partes (-19,6%), motores e geradores elétricos (-18,5%), óxidos e hidróxidos de alumínio (-16%). Dentro dos semimanufaturados, os maiores aumentos ocorreram nas vendas de: açúcar em bruto (+39,8%), ouro em forma semimanufaturada (+31,1%) e madeira serrada (+13,8%).
Por mercados compradores, caíram as vendas para os principais destinos: América Central e Caribe (-23,8%), Mercosul (-10,7%), África (-8,7%), Estados Unidos (-7,3%), Ásia (-4,4%) e União Europeia (-2,4%). Por outro lado, cresceram as vendas para a Oceania (+14,7%) e Oriente Médio (+0,8%). No período, os principais destinos das vendas externas brasileiras foram: China (US$ 32,6 bilhões), Estados Unidos (US$ 18,8 bilhões), Argentina (US$ 11,0 bilhões), Países Baixos (US$ 8,6 bilhões) e Alemanha (US$ 4,0 bilhões).
Em relação às importações, nos dez primeiros meses de 2016, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve queda das compras de combustíveis e lubrificantes (-44,7%), bens de consumo (-23,5%), bens de capital (-21,9%) e bens intermediários (-18,7%). Os principais compradores de produtos brasileiros em 2016 foram Estados Unidos (US$ 19,7 bilhões), China (US$ 19,6 bilhões), Alemanha (US$ 7,7 bilhões), Argentina (US$ 7,3 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 4,8 bilhões).
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC