Os estivadores deram início na manhã desta segunda-feira (19) a uma paralisação no Porto de Santos. A pauta do movimento, que afeta as operações de três terminais portuários (Santos Brasil, Libra e BTP), traz uma série de reivindicações, entre elas o reajuste anual do salário, que não foi acordado até o momento.
Segundo o presidente da categoria, Rodney Oliveira da Silva, as operadoras portuárias querem 100% de mão de obra vinculada, ou seja, com contratação direta pela empresa e carteira de trabalho assinada. A medida eliminaria a contratação dos avulsos pelo Ogmo, onde há atualmente 4 mil trabalhadores cadastrados. O sindicato exige ao menos 50% de avulsos no geral e trabalho em todos os navios.“Há um radicalismo por parte dos terminais. Eles querem o extermínio da categoria”, reclama.
Os estivadores também reclamam que os terminais não querem pagar o adicional de risco, enquanto o sindicato defende 40%. Os trabalhadores querem, ainda, estabilidade no emprego de cinco anos.
Negociações
A data-base da categoria foi em março. O sindicato reivindica reajuste salarial dos vinculados e correção dos ganhos dos avulsos em 11,78%, retroativo a março, e as empresas ofereceram 9%, pagos em duas vezes.
As partes discordam também em relação ao vale-refeição. O sindicato quer R$ 30 por período trabalhado, mas os terminais oferecem reajuste de 9%. Pela proposta patronal, o valor sairia de R$ 22,00 para R$ 23,98.
Justiça
O caso já está no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que deu prazo até a última sexta-feira (16) para as partes se pronunciarem. Em audiência de conciliação, a desembargadora Ivani Contini Bramante propôs 75% de mão de obra vinculada nos terminais, reajuste salarial de 10% e vale-refeição de R$ 30,00.
O julgamento deverá ocorrer nas próximas semanas. Procurado pela Reportagem, o Sindicato dos Operadores Portuários Estado São Paulo (Sopesp) disse que “por enquanto não vai se pronunciar a respeito”.
Fonte: A Tribuna