A consultoria multinacional em engenharia e projetos multidisciplinares, Ramboll Environ, responsável pelo planejamento de ações nos portos de Manila e do Gabão, aponta a necessidade de projetos de prevenção e adaptação dos portos às mudanças climáticas. A empresa que promoverá uma palestra sobre o assunto no IX PIANC-COPEDEC 2016 (Conferência Internacional de Engenharia Costeira e Portuária em Países em Desenvolvimento), destaca a necessidade de planejamento para o setor de navegação, incluindo ações para adaptação e mitigação.
De acordo com o especialista internacional em gestão de portos, Doug Daugherty, e diretor sênior da Ramboll Environ, os riscos causados pelas alterações climáticas poderão tornar o comércio global e a operação dos portos marítimos e fluviais altamente vulneráveis no futuro. “Esta ameaça tem levado um número crescente de autoridades portuárias a avaliar procedimentos para reduzir os impactos financeiros, operacionais e estratégicos, a partir de um planejamento preventivo”.
Eugenio Singer, diretor geral da Ramboll Environ Brasil, elenca algumas avaliações usadas pela empresa para identificar vulnerabilidades e priorizar respostas referentes ao custo-benefício do planejamento ambiental para portos marítimos e fluviais. “Esta avaliação é estruturada em estimativas históricas, por exemplo, de medições de marés, tempestades e precipitações, a partir das quais foram feitas projeções sobre o aumento do nível do mar, frequência e magnitude de tempestades e mudança nos padrões de chuva, entre outros pontos”, diz. Em outras palavras, o executivo explica que a metodologia da Ramboll contempla dados que possibilitam uma análise mais detalhada e precisa de potenciais impactos relacionados com o clima em instalações portuárias.
“Um dos maiores riscos apontados pelas análises da Ramboll é a possibilidade de elevações do nível do mar e de mudanças nas precipitações, o que pode afetar as operações portuárias interiores, devido às alterações de nível dos rios”, destaca Singer.
Estas mudanças, projetadas no nível do mar ou dos rios, são confrontadas com informações-chave sobre a infraestrutura existente, a fim de identificar as vulnerabilidades e os riscos. A partir daí os dados são avaliados por meio de uma abordagem chamada Net Ecosystem Services Analysis (NESA), que quantifica os custos e analisa os benefícios de uso da terra e de diferentes tipos de infraestrutura para tomada de decisão, visando solucionar o conjunto de problemas sociais, econômicos e ambientais.
“É um tema muito importante para o Brasil, que já poderia ter hoje uma infraestrutura portuária mais ampla e melhor estruturada, cuidando de maneira mais atenta das questões relativas à sustentabilidade. Por isso, com a nossa expertise no tema, queremos participar de projetos para aperfeiçoar as operações portuárias, gerir melhor os seus ativos e implementar planos que assegurem a preservação de ecossistemas ambientais importantes, assim como desenvolver ações para melhorar as relações com as comunidades vizinhas”, reforça o diretor geral da Ramboll Environ Brasil.
Fonte: Guia Marítimo