Queda no comércio de container, superávit da balança e empresas certificadas como OEAs listam os destaques
Comércio de containers brasileiros mantém tendência de queda
O comércio de containers do Brasil em 2016 manteve trajetória de queda, aproximadamente 5% em relação a 2015. Até novembro, o volume de comércio de containers caiu 4% em relação ao mesmo período de 2015. A queda do comércio foi sentida em várias partes do mundo e levou várias transportadoras a reduzir ou encerrar seus serviços de linha ECSA.
Balança comercial brasileira
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 47,692 bilhões em 2016, estabelecendo um novo recorde. As exportações atingiram US $ 185,244 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 137,552 bilhões. O superávit comercial do ano passado foi de US$ 15,941 bilhões. Apesar do novo recorde, porém, tanto as exportações quanto as importações caíram em relação ao ano anterior. O primeiro por 3,5% e o último por 20,1%.
Acordos
O Brasil e o Uruguai assinaram um acordo no final de dezembro, no qual os costumes de ambos os países reconheceram as empresas nacionais certificadas como OEAs (Operadores Econômicos Autorizados). A medida simplificará as transações para as empresas que comercializam regularmente entre esses países. Estima-se que os custos aduaneiros cairão 14,5%. Nos onze meses até novembro de 2016, o Brasil exportou US $ 2,5 bilhões para o Uruguai e importou US $ 1,18 bilhão.
Transporte, Portos, terminais e infraestrutura
Na sequência da pressão dos empresários do setor privado, o governo federal brasileiro disse que vai considerar a renovação de contratos portuários assinados antes de 1993 e que já expiraram. De acordo com a Lei de Portos do Brasil, criada em 2013, só os contratos portuários assinados após 1993 poderão ser prorrogados e os contratos assinados depois de 1993, já expirados, estão operando em regime de transição, ameaçando que suas áreas possam ser leiloadas a outras partes em qualquer momento. Caso estas renovações sejam confirmadas, um grande número de áreas portuárias para leilão na lista do governo para 2017 deixará de estar disponível.
O Porto de Pecem registrou recordes em 2016: até novembro o complexo movimentou 9.887.849 toneladas, um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2015. As exportações representaram 1.810.069 toneladas, um aumento de 102%, enquanto as importações subiram 42%, atingindo 8.077.781 toneladas. A principal carga movimentada foi o carvão importado, que chegou a 3.789.030 toneladas.
O complexo também recebeu um novo MHC, o primeiro guindaste do terminal especializado no manuseio de granéis secos. O investimento que custou R$ 3 milhões, foi adquirido pela Tecer (Terminais Portuários do Ceará) e é capaz de mover 104 toneladas. O porto de Pecem agora tem um total de sete guindastes portuários.
O Porto de Paranaguá movimentou 45,1 milhões de toneladas de cargas em 2016, 2% a mais que em 2015. As exportações de açúcar aumentaram 5,1 milhões de toneladas, uma alta de 19%, muito importante no resultado geral do complexo.
O Porto de Antonina registou um aumento de 54% no rendimento em 2016 em comparação com o ano anterior. O valor total foi de 1,37 milhões de toneladas, 490 mil em relação ao ano anterior. Alguns dos fatores que contribuíram para o aumento foram a diversificação da carga e os investimentos em dragagem e infraestrutura. Até há alguns anos atrás, o porto só importava fertilizantes, mas recentemente começou a exportar açúcar e soja.
O Porto de Itajaí registrou um déficit de R$ 1,7 milhão de janeiro a novembro de 2016. O déficit confirmado é o quinto seguido. A região de Itajaí tem sofrido inundações nos últimos anos e desde 2008 o porto não tem sido capaz de usar seus 4 berços. Esta semana, no entanto, algumas boas notícias foram recebidas pelo porto, na forma de confirmação de um investimento governamental de R$ 21 milhões para serviços de dragagem ao porto, aguardado desde 2015. Uma vez concluído, o acesso aos portos de Itajaí e Navegantes voltará a 14 metros.
O TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) e a Porto Construtora assinaram um contrato no valor de R$ 554 milhões para obras de expansão a serem conduzidas no terminal. O trabalho começará no primeiro semestre de 2017 e incluirá a expansão do ancoradouro para 220 metros e a retroáera para 157.000 metros quadrados. Uma vez concluídas as obras, o TCP expandirá sua capacidade de armazenagem de 1,5 milhão para 2,5 milhões de TEU. Além disso, o terminal será capaz de lidar com três grandes navios ao mesmo tempo.
O governo do Brasil e o Estado do Ceará assinaram um contrato incomum que autoriza a CearaPortos a administrar o Terminal Portuário do Pecém. O terminal irá lidar com carga geral, containers, além de cargas secas, líquidos e gás em massa. A área do terminal abrange 886.651,77 e o contrato será válido por 25 anos.
Fonte: Datamar Consulting via Guia Marítimo