A Marinha do Brasil decidiu desativar definitivamente o único porta-aviões da sua frota de combate, o NAe A-12 São Paulo, comprado na França, em 2000, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, por US$ 12 milhões. O navio está recolhido ao sistema de docas da força naval no Rio de Janeiro.
O levantamento dos custos de modernização do navio superou a marca de R$ 1 bilhão e foi considerado excessivo pelo Almirantado. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o presidente Michel Temer já foram informados da decisão.
O processo de desmobilização começa imediatamente e só será concluído em 2020. O procedimento, em três etapas, exigiria 10 anos de trabalho e a imobilização da unidade. Os caças A-4 Skyhawk do Grupo Aéreo do São Paulo continuarão operando a partir da Base de São Pedro da Aldeia. O destino final do A-12 não está definido.
O tamanho do investimento para recuperá-lo dificulta uma negociação no mercado de material de Defesa.
Excluído o plano de recuperação do porta-aviões, as prioridades de reequipamento da Marinha passam a ser os programas de construção de uma frota estratégica de submarinos, um dos quais de propulsão nuclear, e de novas corvetas médias da classe Tamandaré. Na próxima década, segundo apurou a reportagem, será lançado o projeto de desenvolvimento no País de um porta-aviões de tecnologia nacional, equipado com aviões de ataque brasileiros.
Grande parte dos recursos de bordo, incorporados ao longo do tempo durante operações de atualização de sistemas, serão removidos e reinstalados em outras embarcações. A atualização os jatos de ataque Skyhawk, a cargo da Embraer, será mantida.
O NAe A-12 São Paulo, um gigante de 32,8 mil toneladas, 265 metros e 1.920 tripulantes, tem 37 anos de idade e sob a identidade francesa, Foch R-99, atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e na Europa. Nau-capitânia da Marinha, chegou ao Brasil em 2001.
Fonte: Época Negócios via Portos e Navios