O comércio exterior brasileiro deve crescer 3,4% neste ano. A previsão é da Maersk Line, líder mundial no transporte marítimo de contêineres. A empresa projeta que as exportações cresçam 1,3% e as importações, 4,6%. O ritmo de crescimento será mais lento que o verificado em 2017, mesmo em um ano de Copa do Mundo, que traz resultados positivos nos desembarques de produtos eletrônicos.
“Vimos um impacto considerável da Copa do Mundo no último trimestre de 2017, em especial na região Norte. E como o evento tem um efeito pontual, precisamos esperar mais para saber se esse começo de retomada econômica será suficiente para sustentar o crescimento do comércio exterior nos próximos trimestres”, destacou o diretor principal da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez.
O último trimestre do ano passado apresentou um crescimento de 13,1% nas operações. Considerando apenas as exportações, o crescimento entre outubro e dezembro foi de 10,2%. Já as importações aumentaram 16,9%. No acumulado do ano, os embarques cresceram 4% e os desembarques, 15,5%.
De acordo com a Maersk, enquanto as cargas secas movimentadas em contêineres tiveram crescimento de 10,5% em comparação com o mesmo período de 2016, as refrigeradas registraram alta de 8,3% na mesma base de comparação. Essas mercadorias contribuíram para o crescimento registrado no final do ano passado, tendência que deve se manter ao longo deste ano.
Algodão, madeira e carne foram os principais propulsores de crescimento das exportações conteinerizadas no período, com alta de 62%, 25% e 50%, respectivamente. Destaca-se também o desempenho da soja entre as commodities, que registrou alta de 157% por conta da maior demanda proveniente de Bangladesh e Holanda.
Já com relação às importações, o diretor Comercial da Mersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Nestor Amador, apontou os componentes eletrônicos utilizados para a fabricação de televisores. Esta demanda cresce consideravelmente em anos de Copa do Mundo e empurra o consumo de outros eletrodomésticos. O evento esportivo também tem impulsionado a importação de plástico, borracha, químicos, têxtil e couro.
O executivo ainda destacou a necessidade de manutenção dos estoques, no final do ano passado. No entanto, este crescimento não deve se sustentar durante 2018.
“Temos claros e importantes indicativos do crescimento de alguns segmentos e um deles é a indústria automobilística. As exportações de carros e autopeças aumentaram 25% no último trimestre do ano – o que também ocorreu na Argentina, em escala um pouco menor (20%). Isso sinaliza uma retomada na atividade dessa indústria que foi tão impactada nos últimos anos”, destacou o diretor Nestor Amador.
“Estamos mais otimistas do que estávamos no início do ano passado, mas ano eleitoral é sempre repleto de incertezas”, explicou o diretor de Trade e Marketing da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, João Momesso.
Fonte: A Tribuna