A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou a previsão para a balança comercial em 2019, com valores de exportações de US$ 220,117 bilhões (queda de 7,3% em relação aos US$ 237,485 bilhões estimados para 2018) e de importações em US$ 186,360 bilhões (aumento de 2,1% em relação aos US$ 182,534 bilhões estimados para este ano). Com isso, o superávit previsto é de US$ 33,757 bilhões em 2019, queda de 38,6% em relação a 2018.
Para o cenário, foi considerada taxa cambial oscilando entre R$ 3,50 e R$ 3,90, influenciada principalmente pelo quadro político-econômico brasileiro, seguida pela elevação dos juros nos Estados Unidos.
Segundo presidente da AEB, José Augusto de Castro, a projeção considera um conjunto de indícios que apontam para uma redução do ritmo de crescimento do mundo econômico. “Os cenários apontam um eventual impacto negativo direto sobre 65% das exportações do Brasil, representadas pelas commodities e, indiretamente, sobre os manufaturados.”
Entre os fatores relacionados pela entidade que influenciam no fluxo de comércio destacam-se a guerra comercial EUA x China, com sobretaxa aduaneira, que pode gerar elevação do custo de importação, redução da demanda e queda nas cotações das commodities; eventual elevação das taxas de juros dos EUA aumentando os custos financeiros e reduzindo os níveis de comércio mundial.
Na União Europeia, problemas econômicos na Itália, políticos na Alemanha e Brexit no Reino Unido travam o crescimento econômico, reduzindo o nível de comércio e com impacto negativo nas cotações das commodities.
A vizinha Argentina, com elevada taxa cambial, alto desemprego, baixo consumo e forte queda das atividades econômicas pode reduzir as importações, em especial do Brasil.
O relatório da AEB alerta para fatores desconhecidos, como as ações do presidente Trump de caráter protecionista, questões de antidumping, revisão de acordos comerciais, elevação de taxas de juros; impacto nas cotações de petróleo, como resultado do corte na produção de petróleo pela OPEP, em contrapartida à elevação da produção dos Estados Unidos; o PIB negativo da Argentina, com sua crise devendo transformar o quase crônico superávit comercial brasileiro em déficit comercial, afetando as exportações de manufaturados.
A entidade também considera que não se pode indicar, e muito menos quantificar, impactos advindos de futuras decisões a serem adotadas pelo novo governo, tanto sobre exportações quanto importações.
Fonte: Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) via Aduaneiras