Empresários do Porto de Santos pediram a intervenção do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC) para tentar antecipar a solução de um problema que deve atingir o complexo marítimo nos próximos anos – a necessidade de uma nova derrocagem de rochas localizadas no canal de navegação.
Com a vinda de navios cada vez maiores ao cais santista, a profundidade do canal do estuário se torna um grave gargalo para o desenvolvimento do Porto. E a adequação das dimensões do acesso aquaviário não depende apenas de obras de dragagem (retirada de sedimentos). Atualmente, os navios podem navegar atingindo uma profundidade de até 13,5 metros na baixa-mar (ou 14,5 metros na preamar, o nível mais alto da maré).
Nessas condições, as rochas não representam obstáculos. Mas quando as embarcações demandarem maiores profundidades, será necessário rebaixar (derrocar) alguns obstáculos rochosos, principalmente os que ficam em frente ao Forte de Itapema e nas proximidades da Ilha Barnabé. A apreensão dos empresários é que a demora para a liberação das licenças ambientais atrapalhe o processo.
“O Governo já está ciente desta questão e queremos que o Ministério interceda junto ao Ibama para regularizar essa situação. Existe uma série de projetos aguardando licenciamento e o Porto de Santos não pode ficar numa fila de projetos intermináveis”, avalia o representante do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Eliezer Giroux, que esteve com outros empresários em Brasília.
A conversa entre o Governo Federal e empresários do setor sobre o aprofundamento do canal do cais santista vem de longa data. Em 2015, o projeto Santos 17 havia sido apresentado para o então ministro dos Portos Edinho Araújo. A ideia, que não vingou, era de que, até 2017, o canal portuário ganhasse mais dois metros, chegando a 17 metros. As empresas custeariam os estudos de viabilidade e de impacto ambiental e o projeto executivo das obras.
Outro lado
Por meio de sua assessoria de imprensa, o MTPAC afirma que, como a demanda é recente, ainda não tem uma posição sobre as providências que devem ser tomadas. A pasta deve reunir a Secretaria Especial de Portos, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e o Ibama para estudar o assunto.
Fonte: A Tribuna via Brazil Modal