Técnicos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) iniciaram um estudo para avaliar o leito do Canal do Estuário, que serve de via navegável para navios no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O objetivo é executar um projeto piloto para reduzir as limitações operacionais restritas à profundidade do complexo.
A iniciativa começou após o assunto ser discutido com a acadêmica Susana B. Vinzon, da área de Engenharia Costeira e Oceanográfica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na última terça-feira (10). A especialista tratou sobre lama fluída em canais de navegação, como a existente na região estuarina de Santos.
Segundo Susana, a lama pode ser considerada uma camada navegável, conforme critérios adotados pelo Permanent International Association of Navigation Congress (Pianc). Trata-se de uma entidade que normatiza métodos e aplicações para a engenharia portuária em todo o mundo, portanto considerada referência.
O presidente da Codesp, José Alex Oliva, diz que os estudos podem convencer a Autoridade Marítima, responsável por homologar o calado operacional (profundidade máxima de navegação no canal), a utilizar os parâmetros adotados pelo Pianc. “Para tal, precisamos ser arrojados e promover os estudos necessários”.
Segundo Oliva, a medida possibilitaria a navegação de navios maiores no cais santista em curto prazo. Na prática, conforme o representante da Autoridade Portuária, representa um ganho “significativo em produtividade, diminuição de custos com fretes e economia na manutenção da profundidade [dragagem]”.
Ainda conforme a Estatal, os portos de Roterdã, Nantes e Zeebruge, que possuem estuários com fundo de lama semelhantes ao de Santos, operam com essa camada como integrante da profundidade náutica. Técnicos locais constataram, após análises, que não há riscos para a manobrabilidade dos navios no cais.
O objetivo da Docas é realizar um projeto piloto para fazer a avaliação das reais condições do Estuário para ampliação dos calados. No estudo, técnicos vão avaliar a densidade da lama presente ao fundo do canal navegação para saber se há ou não possibilidade de ser utilizada como camada para navegação.
Fonte: G1 via Portos e Navios / Foto: Agência CNT