Descentralização da gestão portuária, novos arrendamentos e recorde de movimentação de cargas. Estas são algumas das expectativas do presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Luiz Fernando Garcia, para o próximo ano no Porto de Santos. Também é esperada uma nova composição da diretoria da estatal que administra o complexo, pois o executivo ficará só até o próximo dia 31 na função.
Garcia destacou o que deve ocorrer com o Porto nos próximos 12 meses durante sua participação no painel ‘Expectativas para o setor portuário em 2019’, promovido pelo Grupo Tribuna na última semana, em sua sede, em Santos. O evento encerrou a programação deste ano do projeto Santos Export Brasil, iniciativa do Grupo Tribuna que envolve a realização do seminário Santos Export Brasil – Fórum Internacional para a Expansão dos Portos do Brasil (a edição 2018 foi em setembro, na cidade) e a organização de visitas técnicas a portos internacionais (desta vez, os destinos foram Algeciras, na Espanha, Gibraltar, no Reino Unido, e Tanger Med, no Marrocos).
Para o presidente da Codesp, 2019 será um ano em que novos terminais do cais santista deverão ser licitados. Entre eles, estão os lotes STS 13A, na Ilha Barnabé, e o STS 20, na região de Outeirinhos.
A primeira área, atualmente inoperante, tem como foco a movimentação de granéis líquidos. Os investimentos na STS 13 A são estimados em R$ 111,4 milhões.
“O foco do novo governo são as concessões. Eu não falo de concessão da autoridade portuária e, sim, uma agilização das concessões dos terminais portuários aqui em Santos. Tivemos algumas licitações desertas nos últimos tempos, por uma questão de metodologia dos estudos”, afirmou.
Garcia se refere à área denominada STS 20, localizada na Margem Direita do cais santista e destinada à movimentação de granéis sólidos minerais, mais especificamente fertilizantes e sal. Mas, também, poderá movimentar outros produtos, como sulfatos e carbonatos. A previsão era de que fossem investidos cerca de R$ 219 milhões pelo novo arrendatário. No entanto, nenhum investidor se interessou pelo arrendamento, e o leilão foi cancelado.
Por conta desse problema, segundo o executivo, já há uma diretriz de solução para essa situação. “O foco da nova administração é corrigir esses modelos, algumas correções pontuais, para que a gente consiga licitar esses terminais e atender à demanda de importações e exportações”.
Para o diretor-presidente da Codesp, com os novos leilões, o Governo Federal vai garantir novos investimentos e maior segurança aos investidores interessados no complexo marítimo.
“Temos, hoje, alguns terminais com contratos de transição. Não há segurança para o ocupante da área fazer novos investimentos. A partir do momento em que licitemos esses contratos de transição, esses que estão presos por medida judicial, automaticamente, teremos investimentos que garantam a melhoria operacional do Porto”, destacou Garcia.
Dragagem
O presidente da Docas também espera, para o próximo ano, uma definição com relação ao modelo de contratação da dragagem do Porto. A questão vem sendo debatida desde o ano passado, diante das dificuldades do governo em contratar o serviço e da disponibilidade da iniciativa privada assumir esta função.
“Não há dúvida técnica de que a questão da dragagem será melhor gerida pela iniciativa privada. Porém, há restrição jurídicas que devem ser esclarecidas no início do próximo ano”, explicou.
Ainda para 2019, Garcia espera um novo recorde de movimentação de cargas no complexo santista.
Fonte: A Tribuna / Foto: Estúdio 58