Head Office +55 11 5908 4050

ÁREA RESTRITA | CANAL DE DENÚNCIAS

Utilização média de berços que movimentam contêineres no Brasil está em 43%, aponta levantamento

Utilização média de berços que movimentam contêineres no Brasil está em 43%, aponta levantamento
09/05/2018

A utilização média dos berços de portos e terminais que movimentam contêineres no Brasil está em 43%, aponta levantamento da Solve Shipping Intelligence que será apresentado na próxima semana em São Paulo. De acordo com a consultoria, as médias regionais de uso de berços são de: 42% no Sudeste, 44% no Sul, 46% no Nordeste e 38% no Norte. Num total de 180 escalas semanais no país, o terminal com maior utilização de berço é o da Santos Brasil, que em Santos recebe 16 escalas regulares por semana em seus três berços de atracação. A menor utilização também é da Santos Brasil, no terminal que a empresa opera em Imbituba (SC), onde recebe duas escalas por semana.

O sócio-diretor da Solve Shipping, Leandro Carelli Barreto, explicou que, em 2011 e 2012, ainda havia problema de falta de janela em Santos. Para o consultor, berço não é mais um problema já que, com o crescimento do tamanho dos navios, a quantidade de serviços semanais diminuiu. Em 2010 havia 41 serviços operando na costa brasileira entre longo curso e cabotagem. Em maio, operam na costa 27 serviços, segundo o levantamento.

Nesse período, a cabotagem e as operações feeder cresceram de seis para nove serviços, um incremento de 50% na demanda por janelas de atracação. Em contrapartida, o número de serviços no longo curso na costa brasileira caiu pela metade e diminuiu de 35 para 18 serviços. Nesses oito anos, a capacidade semanal do longo curso caiu 4%, ante o crescimento de 124% da cabotagem.

Em 2010, o navio com maior capacidade nominal (Rio de Janeiro — 5.905 TEUs) tinha 286 metros de comprimento, 40m de largura e 13,2m de calado. Esse perfil de navio quase dobrou de tamanho em oito anos. Atualmente, o Cape Artemisio, da Happag Lloyd, tem 11.037 TEUs de capacidade nominal, 330m de comprimento e 48,3m de largura. Há oito anos, o maior navio na cabotagem brasileira tinha 208m de comprimento, 30m de largura e 11,4m de calado. Hoje o Vicente Pinzon, da Aliança, tem 254,7m de comprimento, 37,34m de largura e 12,5m de calado. De acordo com o levantamento da Solve, a média de armadores por serviço subiu de 2,3, em 2010, para 3,4 armadores. Barreto conta que na Ásia há serviço sendo compartilhado por nove armadores.

Nos últimos oito anos, a quantidade de escalas (port calls) referentes à cabotagem e Mercosul na costa leste sul-americana (ECSA) subiram de 46 para 52, o que representa incremento de 13%.  No longo curso, as port calls na região caíram 35%, de 198 em dezembro de 2010 para 129 em maio deste ano. “A quantidade menor de serviços de longo curso, operando com navios cada vez maiores e que enfrentam restrições operacionais para atracar em muitos portos brasileiros, diminuiu a demanda por berços de atracação. Consequentemente, aumentou a disputa por serviços entre terminais. Esses 43% de utilização dos berços indicam que, na média, os terminais nacionais passam mais da metade da semana com seus berços ociosos”, analisou.

O levantamento da Solve Shipping, que abrange tendências de custos e a competitividade no transporte de contêineres, será apresentado no próximo dia 16 de maio durante evento promovido pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), pela Exporta São Paulo e pela Câmara de comércio de São Paulo. O evento vai discutir as recentes e prováveis transformações no transporte marítimo internacional de contêineres e seus reflexos na gestão da logística de exportadores e importadores, levando-se em conta as condicionantes da competitividade em termos de fretes marítimos e tempos de trânsito de mercadorias.

Por Danilo Oliveira (Da Redação) – Via Portos e Navios