Depois de um longo período sem privatizações no setor de infraestrutura, estamos na iminência de que isso ocorra para portos, aeroportos e ferrovias. Celebremos. Se há algo que requer investimentos e gestão privada é a infraestrutura de um país.
A eficiência destes setores transpassa por celeridade, investimentos e visão sistêmica de longo prazo. Eles demandam planejamento para um crescimento não limitado ao período de um ou dois mandatos, mas sim, sob a perspectiva de oferta e demanda dos diversos setores que dependem desses canais logísticos de infraestrutura para impulsionar a economia de forma sustentável e longínqua.
Aqui destaco um ponto fundamental, quase que na forma de um manifesto: não permitam que os futuros concessionários da infraestrutura sejam seus próprios usuários. Esse é um dos maiores equívocos que se pode cometer. Se somos capazes de aprender com erros passados, eis uma boa lição na história recente em que privatizações foram benéficas majoritariamente para um grupo seleto de empresas.
Não adianta privatizar uma ferrovia para uma empresa que irá monopolizá-la com investimentos que visam atender somente seus próprios negócios. Uma área portuária, com injeção de capital que não suporta o mercado, mas sim operações específicas. Já os aeroportos, é de se reconhecer, em alguns deles, cases de sucesso dentro do âmbito das privatizações.
Quando pensamos em privatização, o objetivo deve ser conceder o bem público para uma empresa especializada, reconhecidamente capaz de operar com gestão eficiente, investindo e contribuindo para o crescimento de múltiplos segmentos da economia e não somente de um setor específico. Reitero, portanto, o meu manifesto, não privatizem infraestrutura para empresas que serão os principais usuários, e sim, para empresas que vão explorar tais negócios como sua principal fonte de renda, à luz de desenvolvimento e diretrizes que potencializam o crescimento do país.
As agências reguladoras ganham papel destacado nestas privatizações. Eles devem exercer, com todo rigor, demandas e controle sob os concessionários para aportes mínimos, metas a serem cumpridas, ampliação e modernização, sempre visando o maior número de setores possíveis. O comércio internacional e o desenvolvimento de muitas empresas passam pelos corredores de ferrovias, portos e aeroportos. Agências reguladoras, nesse sentido, devem ser fortalecidas, independentes e, conter em seus quadros executivos e técnicos de carreira, que poderão contribuir e exigir tecnicamente as contrapartidas em relação às privatizações.
Se aprendermos com os erros do passado, os benefícios serão incontáveis! Existem empresas nacionais e estrangeiras com amplo conhecimento na gestão de portos e eles poderão contribuir para o crescimento do país. Destaque aos aeroportos, já que aqueles que foram privatizados, sofreram melhoras substanciais, talvez aquém do esperado, mas muito superior ao observado pelos concessionários de portos, ferrovias e rodovias.
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Everaldo Barros
CEO
MAC Logistic Group