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Transporte Marítimo e a alta nos valores em 2023

Transporte Marítimo e a alta nos valores em 2023
28/02/2023 zweiarts

Por conta da guerra ainda vigente entre Ucrânia e Rússia e os desafios enfrentados não só por organizações internacionais, mas também por indústrias em todo o mundo, alguns fatos decorrentes da pandemia se repetiram, tais como a escassez de produtos e as dificuldades enfrentadas no âmbito das negociações e da logística de abastecimento global.

Alguns dos efeitos que a guerra causou ao Brasil foram a perda de importações de fertilizantes, medicamentos e de exportações de produtos agrícolas para os dois países.

Os valores provenientes dos desafios impostos pelas sanções internacionais e da falta de abastecimento de alguns mercados, foram, portanto, repassados ao cliente final com o aumento dos preços dos produtos importados.

Dessa forma, o aumento do frete marítimo foi uma das consequências que mais se destacaram nos últimos 3 anos. A sobrecarga do sistema portuário em alguns países, somado à “crise dos contêineres”, e o desequilíbrio do abastecimento, por cancelamento de rotas e falta de frota marítima, desaceleraram o tempo de recuperação do setor e, por consequência, a redução dos preços dos fretes internacionais e valores agregados às suas operações.

É válido apontar que as expectativas para o frete internacional, em 2023, são de normalização, pois novas frotas de navios estão disponíveis, os congestionamentos de portos não são uma realidade atual e os navios estão com maior capacidade de carga, porém, o que pode desacelerar a velocidade de estabilização dos preços é o aumento dos combustíveis que será contido até 28 de fevereiro de 2023 pela Medida Provisória Nº 1.157.

Como a variação dos preços dos combustíveis está afetando a demanda?

De acordo com empresas especializadas em redução de custos tributários, o combustível utilizado pela maioria dos navios é formado por derivados do petróleo, e é chamado de óleo combustível ou bunker oil, cujo preço registrou alta de 84,2% em fevereiro de 2022, em rotas transatlânticas.

Segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), a média de evolução estimada para o comércio marítimo, em 2023, é de 2,1% e a tendência é que se mantenha até 2027. Além disso, conforme a Revisão do Transporte Marítimo em 2022 realizada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o setor precisa se preparar para ser mais “sustentável e resiliente”.

Para isso deve investir em infraestrutura, estabilizar a incompatibilidade entre a demanda e oferta de capacidade de frota marítima e não atrasar a descarbonização do transporte, ou seja, melhorar a eficiência energética e reduzir os impactos com as emissões dos gases do efeito estufa.

Diante de um futuro incerto com relação ao aumento ou redução dos valores do frete marítimo, é correto afirmar, a partir dos dados apresentados, que um cenário de normalização a um patamar aproximado ao que era realidade em 2019 não se mostra como uma realidade próxima.

Conforme o portal de notícias do TradeMap, o aumento dos preços dos fretes foi o principal desafio para 90% das empresas com operações no comércio internacional, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado em outubro de 2022. Além disso, o alto custo dos transportes foi o principal problema para 92% das exportadoras e 95% para as importadoras.

Sendo assim, pensando em um cenário de alta dos fretes internacionais, principalmente o marítimo que se estima que comporta, conforme a agência da ONU, 80% das mercadorias comercializadas globalmente, precisam verificar sua estrutura logística e otimizá-las para criar alternativas com outros meios e sua gestão de recursos para que suas operações comerciais não sejam prejudicadas.