O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os dados da balança comercial de novembro. No mês houve superávit de US$ 1,197 bilhão, resultante de exportações de US$ 13,806 bilhões e importações de US$ 12,609 bilhões.
De janeiro a novembro, a balança comercial acumula um saldo positivo de US$ 13,442 bilhões, revertendo o déficit de US$ 4,348 bilhões alcançado em igual período de 2014. Segundo o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) da Secex, Herlon Brandão, o MDIC espera fechar o ano com um superávit na casa dos US$ 15 bilhões.
De acordo com Brandão, as commodities foram o grande destaque nas exportações em novembro. Ele citou o aumento nos valores exportados de soja em grão e milho, que cresceram respectivamente 575,4% e 52,4%, na comparação com novembro do ano passado.
Assim como em meses anteriores, também foram observados aumentos nos volumes exportados de produtos como minério de ferro e petróleo. No total do mês, as exportações acumularam queda de 11,8% em relação a novembro de 2014, pela média diária.
O diretor explica, entretanto, que a queda dos preços internacionais das principais commodities agrícolas e minerais, verificada ao longo de todo o ano, seguiu influenciando o desempenho da balança comercial em novembro. “Apesar de aumento nas quantidades exportadas, verificamos queda nos valores por conta da redução dos preços. Esse fator vem impactando a receita em dólares dos exportadores brasileiros”, esclareceu.
Brandão ainda destacou as exportações de automóveis, que no mês apresentaram alta de 10,5%, influenciadas, principalmente, pelas vendas para a Argentina que cresceram 10,1% e também para o México (1,7%).
No mês, as exportações de produtos básicos somaram US$ 5,864 bilhões, as de manufaturados US$ 5,572 bilhões e as de semimanufaturados US$ 2,016 bilhões. Na comparação com novembro do ano passado, houve queda nas exportações das três categorias de produtos: básicos (-14,3%), semimanufaturados (-13,5%) e manufaturados (-7%).
Entre os básicos, os produtos que mais influenciaram a queda das exportações no grupo dos básicos foram petróleo em bruto (-51,2%), minério de ferro (-43%), minério de cobre (-21,1%) e café em grão (-19,5%). Por outro lado, cresceram as vendas de soja em grão (+575,4%) e milho em grão (+52,4%).
No grupo dos manufaturados, houve retração nas receitas apuradas com as vendas de máquinas para terraplanagem (-40,6%), laminados planos (-26,8%) e autopeças (-21,4%). Entretanto houve aumento nas exportações de centrifugadores (+901,8%), torneiras e válvulas (+95,3%) e suco de laranja não congelado (70,1%).
Já as exportações de semimanufaturados foram influenciadas por semimanufaturados de ferro e aço (-52,8%), ferro-ligas (-36,9%), ferro fundido (-32,3%), couros e peles (-30,1%) e alumínio em bruto (-21,2%). Na mesma comparação, entretanto, houve aumento nas receitas apuradas com as exportações de catodos de cobre (+122,3%), ouro em forma semimanufaturada (+28,4%) e celulose (+12,7%).
Com relação aos destinos, Brandão destacou que houve crescimento de 11,4% para a China com relação a novembro do ano passado. “Este é o terceiro mês consecutivo de alta das exportações para o mercado chinês”, ressaltou. No mês, os principais mercados compradores de produtos brasileiros foram China (US$ 2,061 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,717 bilhão), Argentina (US$ 1,037 bilhão), Holanda (US$ 817 milhões) e Japão (US$ 422 milhões).
Importações
No mês, as importações decresceram 30,2%, por conta, principalmente, de combustíveis e lubrificantes (-39,6%), bens de consumo (-33,6%), bens de capital (-32,3%) e matérias-primas e intermediários (-24,6%).
Segundo Brandão, assim como nas exportações, os preços internacionais das commodities têm sido um grande fator de influência no resultado da balança comercial deste ano. “Vivemos uma nova realidade com as commodities em preços inferiores aos registrados no ano passado”, disse. O diretor afirmou ainda que no grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de petróleo, carvão, gás natural, óleos combustíveis, gasolina e nafta.
Os cinco principais fornecedores para o mercado brasileiro, no período, foram Estados Unidos (US$ 2,087 bilhões), China (US$ 1,967 bilhão), Argentina (US$ 840 milhões), Alemanha (US$ 835 milhões) e Nigéria (US$ 420 milhões).
Acumulado
De janeiro a novembro de 2015, o Brasil exportou US$ 174,351 bilhões e importou US$ 160,909 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve retração de 14,9% nas exportações e de 23,1% nas importações. A corrente de comércio foi US$ 335,260 bilhões, representando queda de 19% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 419,568 bilhões.