O dólar comercial voltou a passar de R$ 4 nesta segunda-feira (21), após a troca do ministro da Fazenda. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,93%, a R$ 4,023 na venda. É o maior valor desde 29 de setembro, quando fechou cotado a R$ 4,059.
Na semana passada, o dólar havia acumulado alta de 1,88% e fechado a R$ 3,947 na sexta-feira.
Escolha de novo ministro afeta o mercado
O mercado avaliou com pessimismo a escolha de Nelson Barbosa para substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Nesta segunda, Barbosa afirmou que vai manter a política econômica de seu antecessor, com medidas de ajuste fiscal (reequilíbrio das contas públicas) e redução da inflação.
Investidores, porém, temem que o compromisso de Barbosa com o ajuste não seja rigoroso, e esperam ações concretas do novo ministro.
A escolha de Barbosa, anunciada na sexta-feira, já havia sido vista como um sinal de que a presidente Dilma Rousseff pretende promover mudanças na política econômica. Barbosa tem pensamento mais alinhado ao de Dilma, com maior foco na retomada do crescimento.
STF e regras do impeachment
Investidores também continuavam de olho no processo de impeachment.
Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) deu fôlego à presidente Dilma Rousseff ao acatar as principais teses do governo sobre as regras do processo de impeachment e dar ao Senado o poder de rejeitar a instauração do impedimento. A Câmara dos Deputados também deverá refazer a eleição da comissão especial que analisará o tema, com voto aberto e sem apresentação de chapas avulsas.
De uma maneira geral, o mercado tem reagido bem às notícias que apontam na direção da saída da presidente, com a expectativa de que uma mudança no governo ajudaria a avançar nas medidas necessárias para o ajuste fiscal, segundo a agência de notícias Reuters.
Desta forma, as indicações favoráveis à permanência da presidente têm sido recebidas de forma mais negativa por receios de que o país demore ainda mais para tomar as medidas necessárias para sair da crise.
Atuações do BC
O Banco Central deu sequência nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos. Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 8,206 bilhões, ou cerca de 77% do lote total, que corresponde a US$ 10,694 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Fonte: Reuters