O Porto do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante (CE), a 56 quilômetros de Fortaleza, iniciou estudos para executar sua terceira expansão. As obras devem contemplar um novo quebra-mar e área abrigada para a implantação de mais berços de atracação de granéis sólidos, de olho em futuras demandas da ferrovia Transnordestina, que já chegou ao terminal.
“Estamos concluindo a segunda ampliação do complexo, com mais três berços de atracação, que serão abertos até março de 2016, e se somarão aos seis já existentes”, explica Danilo Serpa, diretor-presidente da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos), empresa responsável pela administração do terminal.
O investimento na segunda fase, que deve quintuplicar a capacidade de movimentação de cargas, é de cerca de R$ 640 milhões, com recursos do Tesouro estadual e do BNDES. Uma nova correia transportadora para minérios e outra ponte de acesso aos píeres também estão em construção.
Em operação desde 2002, o porto já recebeu investimentos de mais de R$ 2,5 bilhões. Nos últimos oito anos, dobrou o número de berços de atracação e recebeu 16 empresas no Complexo Industrial Porto do Pecém (CIPP). No primeiro semestre de 2016, entra em operação a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), resultado de um aporte US$ 5,4 bilhões da Vale e das coreanas Dongkuk e Posco, considerada o maior investimento privado no Estado.
A lista de companhias residentes no CIPP inclui ainda indústrias de cimento, de louças sanitárias, tubos e de equipamentos para geração de energia eólica. Mais 12 empresas estão em implantação. “O governador do Estado, Camilo Santana, está conduzindo pessoalmente a atração de uma refinaria para o complexo”, diz Serpa.
No ano passado, o governo cearense anunciou um investimento de R$ 1,6 bilhão para ampliar parte do porto que receberia uma refinaria da Petrobras. O projeto foi cancelado, mas a verba será destinada à terceira expansão do local, segundo o diretor.
O CIPP gera dez mil empregos e movimentou, de janeiro a setembro, mais de 5,5 milhões de toneladas de cargas. Somente de frutas frescas, foram transportadas 82,1 mil toneladas, colocando o porto como o segundo maior exportador do país, na categoria, depois do Rio Grande do Norte. O volume registra um aumento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado.
As frutas que lideram os despachos, este ano, são melão (39,6 toneladas) e manga (21,2 mil toneladas). São produzidas no Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco e seguem para Holanda (36% do total), Estados Unidos (24%) e Grã-Bretanha (25%).
O grande volume de exportações de frutas é resultado da localização privilegiada do terminal, que diminui o tempo de viagem para países importadores, quando comparado a outros Estados, de acordo com a Cearáportos. Além disso, o complexo oferece infraestrutura adequada para receber esse tipo de mercadoria, com mais de 800 tomadas de energia fixas para a refrigeração de contêineres.
O porto conta com um terminal para produtos siderúrgicos e de carga geral, além de um cais de petróleo, de granéis líquidos e uma ponte de acesso de 2,1 mil metros de extensão. Opera com uma correia transportadora de seis quilômetros de extensão, com capacidade para movimentar 2,4 mil toneladas por hora.
Fonte: Valor Econômico/Jacilio Saraiva | Para o Valor, de Fortaleza