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​Superávit da balança comercial atinge recorde de US$ 28,2 bilhões

​Superávit da balança comercial atinge recorde de US$ 28,2 bilhões
03/08/2016

De janeiro a julho de 2016 o saldo comercial acumulou superávit de US$ 28,230 bilhões. O valor é o maior já registrado para os primeiros sete meses do ano. No mesmo período do ano passado, o superávit havia sido de pouco mais de US$ 4,615 bilhões. O recorde anterior foi registrado em 2006 (US$ 25 bilhões).

No acumulado de 2016, as exportações foram de US$ 106,583 bilhões, com retração de 5,6% em relação ao mesmo período de 2015. As importações atingiram US$ 78,353 bilhões, o que representa queda de 27,6% sobre o mesmo período do ano passado. A corrente de comércio – soma de exportações e importações – alcançou US$ 184,937 bilhões, representando queda de 16,4%, no mesmo período comparativo.

No mês de julho, as exportações superaram as importações em US$ 4,578 bilhões, valor 91,8% superior ao alcançado no mesmo período de 2015 (US$ 2,387 bilhões). De acordo com o diretor de Estatística e Apoio às Exportações da Secex, Herlon Brandão, este foi o terceiro maior saldo registrado para meses de julho. Em 2006, o superávit foi de US$ 5,7 bilhões e em 2005, de US$ 5 bilhões.

No mês, as vendas externas brasileiras foram de US$ 16,331 bilhões, com retração de 3,5% sobre julho de 2015 e crescimento de 2,2% em relação a junho deste ano, pela média diária. As importações foram de US$ 11,752 bilhões, com quedas de 20,3%, em relação a julho do ano anterior e de 3,6% sobre junho último, também pela média diária.

A corrente de comércio alcançou valor de US$ 28,083 bilhões, com diminuição de 11,3%, pela média diária, em relação a julho de 2015. Brandão destacou que, neste ano, o mês de julho teve dois dias úteis a menos que julho do ano passado, o que influenciou os resultados da balança comercial.

Exportações

No mês, as exportações por fator agregado alcançaram os seguintes valores: básicos (US$ 7,029 bilhões), manufaturados (US$ 6,563 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,399 bilhões). Sobre o ano anterior, caíram os embarques de básicos (-14,7%), e aumentaram as vendas de semimanufaturados (+10,1%) e manufaturados (+7,3%).

Apesar da queda registrada para as vendas de produtos básicos, o desempenho da soja, no mês, foi destaque. O produto chegou a US$ 419/ton, crescimento de 9,7%, em comparação com o valor de julho de 2015. Foi o primeiro aumento de preço da soja exportada desde abril de 2013.

Na avaliação de Brandão, este é um bom sinal porque aumenta a rentabilidade para o exportador. O diretor citou ainda os aumentos de preços de produtos como açúcar em bruto (US$  52/ton) e petróleo em bruto (US$ 41,2/barril).

No grupo dos básicos, quando comparado com julho de 2015, decresceram as vendas principalmente de minério de cobre (-49,4%); café em grão (-26,7%), minério de ferro (-20,1%), carne de frango (-18,3%) e carne suína (-18,1%).

Entre os semimanufaturados, na comparação com julho do ano passado, aumentaram as vendas principalmente de açúcar em bruto (+58,4%); ouro em forma semimanufaturada (+41,3%); ferro fundido (+28,2%); ferro-ligas (+14,8%) e madeira serrada (+13,3%).

Nos manufaturados, em relação ao mesmo período de 2015, cresceram as vendas de plataforma para extração de petróleo (de zero para US$ 923 milhões); tubos flexíveis de ferro e aço (+160,9%); açúcar refinado (+66,9%); máquinas para terraplanagem (+23,3%); etanol (+15,2%); pneumáticos (+13,1%); torneiras e válvulas (+11,4%); veículos de carga (+9,5%); automóveis de passageiros (+3,5%) e motores p/veículos e partes (+3%).

Em relação aos mercados compradores, aumentaram as vendas para Oceania (+52,3%) e União Europeia (+13,8%) e decresceram as exportações para a África (-17,6%);  Mercosul (-14,4%); Ásia (-7,7); América Central e Caribe (-7,4);  e Estados Unidos (-4,3).

Os cinco principais importadores de produtos brasileiros em julho de 2016 foram: China (US$ 3,535 bilhões); Estados Unidos (US$ 1,898 bilhão); Países Baixos (US$ 1,709 bilhão); Argentina (US$ 1,024 bilhão) e Alemanha (US$ 394 milhões).

Importações

No mês, decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-40,7%), bens de consumo (-29,8%), bens de capital (-21,2%) e bens intermediários (-13,5%).

No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de petróleo em bruto, óleos combustíveis, gás natural, querosene de aviação, coques de hulha, óleos lubrificantes, e energia elétrica.

No segmento de bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações dos bens de consumo duráveis (automóveis de passageiros, espingardas e carabinas para caça, motocicletas, aparelhos de TV em cores, cafeteiras domésticas, barcos a motor, etc); e entre os bens de consumo semiduráveis e não duráveis (carnes desossadas de bovino, pedaços e miudezas de frango, carne de frango, frações de sangue para medicamentos, fungicidas, entre outros).

No segmento de bens intermediários, decresceram as aquisições de peças e acessórios para bens de capital (placas de microprocessamento, partes de motores e geradores, circuitos integrados, cambotas, circuitos impressos); insumos industriais básicos (minério de ferro, minério de cobre, sulfetos de minério de cobre, enxofre, minério de níquel, sulfetos de minério de zinco) e insumos industriais elaborados (celulose, cloretos de potássio, semimanufaturados de ferro e aço, farelo de soja, inseticidas, partes para aparelhos receptores de radiodifusão).

Em relação aos bens de capital, cresceram as importações de: equipamentos de transporte industrial (aviões, veículos automóveis, dumpers para transporte de mercadoria, chassis com motor, tratores rodoviários); e de bens de capital, exceto equipamentos de transporte industrial (secadores para madeiras, estruturas flutuantes, máquinas elétricas com função própria, máquinas para esmagar substâncias minerais).

Acumulado do ano

No acumulado de janeiro a julho de 2016, houve retração das exportações em relação a igual período de 2015, de produtos básicos (-9,1%) e manufaturados (-2,3%), enquanto que cresceram as vendas de semimanufaturados (+0,2%). Para o diretor do Deaex, o desempenho do açúcar em bruto contribuiu para esta leve alta.

Com relação à exportação de produtos básicos, houve diminuição de receita de: petróleo em bruto (-33,2%); café em grão (-27%); minério de ferro (-23,8%); minério de cobre (-21%); e fumo em folhas (-9,1%). A retração nos preços internacionais das commodities, na avaliação de Brandão, ainda influenciam os resultados da balança comercial brasileira. No semestre, enquanto houve uma queda de 3,6% nos preços, verificou-se um aumento de 8,6% nas quantidades exportadas.

Apesar disso, em relação aos básicos, cresceram as vendas de milho em grão (+82,6%); algodão em bruto (+33,8%); carne suína (+5,8%); soja em grão (+3,8%) e carne bovina (+1,5%).

No grupo dos manufaturados, ocorreu retração principalmente em: autopeças (-24,6%); motores e geradores (-24,3%); laminados planos (-21,5%); motores para veículos e partes (-19,4%); e óxidos e hidróxidos de alumínio (-15,2%). Cresceram as vendas de plataforma para extração de petróleo (+136,7%); tubos flexíveis de ferro eaço (+70,6%); etanol (+58,8%) e  automóveis de passageiros (+29,2%).

Na categoria dos semimanufaturados, as maiores quedas ocorreram nas vendas de: catodos de cobre (+41,7%); ouro em forma semimanufaturada (+26%); açúcar em bruto (+23,9%); madeira serrada (+9,5%) e celulose (+2,7%).

Por mercados compradores, decresceram as exportações para os principais destinos: América Central e Caribe (-28,6%); Mercosul (-14%); Estados Unidos (-10,9%); África (-10,1%); Oriente Médio (-6,9%); União Europeia (-4,2%) e Ásia (-1,4%) e cresceram as vendas para Oceania (+7,2%).

Os principais países de destino das exportações, no acumulado janeiro-julho/2016, foram: China (US$ 24,5 bilhões), Estados Unidos (US$ 12,6 bilhões), Argentina (US$ 7,6 bilhões), Países Baixos (US$ 6,4 bilhões) e Alemanha (US$ 2,7 bilhões).

Em relação às importações, no acumulado janeiro-julho de 2016, quando comparado com igual período anterior, houve queda em combustíveis e lubrificantes (-47,7%); bens de consumo (-27,9%); bens intermediários (-24,9%) e bens de capital (-20,2%).

Fonte:Assessoria de Comunicação Social do MDIC