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Sustentabilidade já altera a economia mundial

Sustentabilidade já altera a economia mundial
09/12/2016

Em 2013, uma pesquisa do Euromonitor International consultou consumidores do mundo todo sobre seus hábitos e considerações quanto às questões ambientais. O resultado da pesquisa trouxe um número impressionante: 64% dos entrevistados alegaram estar diariamente empenhados em exercer um impacto positivo sobre o meio ambiente.

A comunidade “verde” já não habita o desconhecido, tampouco representa um determinado nicho de interesses específicos ou demográficos. Pelo contrário, a questão ambiental já afeta e influencia a população e a economia de países desenvolvidos e em desenvolvimento.

E essa tendência ainda vai se acelerar. No ano passado, durante a Conferência do Clima em Paris, lideranças mundiais estabeleceram novas metas de emissão de gases com o propósito de conter o aquecimento global – embora ainda confusas quanto à aplicabilidade e aos parâmetros de cumprimento. A China e os Estados Unidos, maiores poluidores mundiais, e países que historicamente se negavam a acompanhar as preocupações acerca das emissões de carbono, ratificaram finalmente o acordo em setembro de 2016.

Com uma pressão pela regulamentação das atividades poluidoras, as organizações de proteção ao clima têm ganhado mais representatividade nos governos, e suas ações vêm influenciando nos hábitos de consumo, por uma série de canais, entre eles as mídias sociais, que levam as empresas a escolher ações mais transparentes e autênticas para suas estratégias de sustentabilidade.

Da mesma forma, as empresas começam a enxergar o valor das atitudes ambientais, em escolhas que preferem liderar a seguir tendências. Embora ainda repleto de barreiras, o cenário da preocupação ambiental é propício.

Os hábitos de consumo, por sua vez, têm sido profundamente alterados, na medida em que a preocupação ambiental penetra na sociedade – embora ainda não supere quesitos clássicos, como custo e conveniência.

Outra característica marcante é que o nível de preocupação ambiental dos consumidores varia bastante em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Sendo o Brasil classificado como um dos países mais propensos a sofrer os impactos climáticos do desflorestamento (junto com China e Indonésia), sua situação ambiental é mencionada por grande parte dos entrevistados como uma preocupação global. Industrialização, turismo e falta de conscientização são apontados como os principais problemas da degradação do meio ambiente.

O estudo enfatiza ainda que as preocupações ambientais terão cada vez mais influência sobre os hábitos de consumo, que levam a população consciente a optar por produtos regionais, naturais e orgânicos (embora essa tendência ainda varie bastante de país para país). Sustentabilidade também é importante na hora escolher outros itens, como vestuário, cosméticos, produtos de limpeza e utensílios – igualmente variando de acordo com o país.

A retração da economia global teve impacto sobre os produtos adequados ao meio ambiente, cujos preços são mais altos, e acabaram perdendo força, na medida em que o consumidor teve de encarar a crise. Por outro lado, a preocupação ambiental ajudou a mudar os hábitos do consumidor, que passou a adotar hábitos de menos consumo, mais reciclagem, reuso e compartilhamento.

Como a tendência é que as regras ambientais se tornem cada vez mais rígidas, há um alerta natural tanto à indústria quanto ao setor de logística, para que estejam atentos às mudanças no comportamento do consumidor, e na forma como as mercadorias circularão no mundo daqui por diante. Não por acaso, o Guia Marítimo e seus colunistas vêm abordando os conceitos da (des)globalização e acompanhando, passo a passo, as novas tendências do comércio mundial.

Fonte: Guia Marítimo