A corrente de comércio, resultado da soma das exportações com as importações, representa o total de comércio transacionado pelo Brasil com o exterior. Medida em dólares norte-americanos, sendo considerados os valores FOB (custo da mercadoria), livre dos custos internacionais de transporte e seguro, em 2016, a corrente de comércio brasileira registrou o valor de US$ 322,8 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
No ano, as exportações foram de US$ 185,2 bilhões e as importações US$ 137,6 bilhões, resultando um superávit de US$ 47,692 bilhões, o maior saldo positivo registrado em 28 anos, desde o início da série histórica, publicada pelo governo a partir de 1989. Os principais destinos das exportações brasileiras foram, pela ordem, China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Alemanha. Já as principais origens das importações foram da China, Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Coreia do Sul.
Em relação a 2015, as exportações diminuíram 3,10% e as importações 19,74%. O superávit não ajuda a solucionar os problemas internos da recessão da economia brasileira. Por outro lado, o aumento do desemprego, somado com a queda de renda da população e a valorização do dólar no acumulado do ano contribuíram para a redução na demanda por produtos importados.
Para 2017, as perspectivas são otimistas. Recentemente, o Brasil assinou um Acordo de Facilitação de Comércio com a Organização Mundial do Comércio (OMC), que permitirá uma redução de 40% nos prazos médios de exportação e importação, com impactos positivos sobre a competitividade das mercadorias e sobre o PIB. Ainda em 2017, será implantado o Portal Único de Comércio Exterior, que irá desburocratizar os processos de importação, exportação e trânsito aduaneiro, o que possivelmente aumentará a participação do país nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Ainda com a recuperação aguardada na economia brasileira e maior atividade produtiva, a previsão é que as importações voltem a aumentar depois de três anos consecutivos de redução. Já para o aumento das exportações, o principal fator será a manutenção do câmbio do dólar em torno de R$ 3,50.
As projeções otimistas para 2017 animam não só importadores e exportadores, mas toda a cadeia envolvida no comércio exterior, como transportadores internacionais e nacionais, armazéns, empresas de logísticas, agentes de cargas, despachantes aduaneiros e empresas de seguros, entre outros prestadores de serviços.
Fonte: Aparecido Rocha Mendes para Guia Marítimo