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​Porto de Santos ainda terá restrições para atender próxima geração de navios

​Porto de Santos ainda terá restrições para atender próxima geração de navios
05/01/2017

A dragagem de aprofundamento do porto de Santos não será suficiente para atender a próxima geração de navios sem restrições. A constatação pode ser depreendida de estudos preliminares encomendados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o porto, para aferir, entre outros, em quais condições o maior porto da América Latina poderá receber embarcações maiores.

Informações preliminares apontam restrições para a viabilidade das manobras com embarcações porta­contêineres com 349 a 366 metros de extensão em um cenário em que o porto esteja aprofundado até 17 metros. Hoje, o porto tem profundidades próximas a 15 metros e o navio­tipo mede 306 metros ­ mas, em condições especiais, o porto consegue receber navios de até 336 metros.

“Essas análises e a simulação realizadas apontam a viabilidade das manobras de entrada e saída desses navios, com algumas condicionantes ambientais e meteorológicas (visibilidade, estofo de maré, vento e ondas) e uso de rebocadores com capacidade de tração unitária de 70 TPB [tonelagem de porto bruto], entre outras condições”, diz o balanço da Codesp sobre as ações de 2016 divulgado ontem.

Santos é o principal ‘hub’ portuário do país, sendo responsável por movimentar um terço da corrente de comércio nacional e 40% dos contêineres brasileiros.

Parte dos estudos, desenvolvidos pela USP, tem como objetivo responder questionamentos do Ministério Público Federal, que entrou com uma ação civil pública com pedido de liminar para reduzir a largura do canal de navegação do porto de Santos de 220 para 170 metros ­ na direção contrária do que busca o porto.

Em relação à influência da dragagem nas ressacas que têm ocorrido na Baixada Santista, os estudos concluíram “que o nível de interferência da dragagem nas intercorrências verificadas nas praias de Santos e Guarujá é de, no máximo, 4%”, disse o diretor da Codesp de relações com o mercado e comunidade, Cleveland Lofrano.

O balanço coloca como perspectiva de movimentação de cargas para 2016 ­ o número do exercício ainda não foi apurado ­ um total de 113,475 milhões de toneladas, redução de 5,4% sobre 2015. Seria o terceiro maior resultado já registrado pelo porto, abaixo apenas de 2015 e 2013.

Segundo o presidente da Codesp, Alex Oliva, apesar do recuo, causado principalmente pela “expressiva queda nos embarques de milho”, o volume foi “concretizado num cenário econômico global adverso, mostrando o bom desempenho do porto de Santos, inclusive, em situações adversas”.

Outro fator considerado determinante para a perspectiva do resultado é a queda de 5,6% estimada para as operações com cargas conteinerizadas em 2016, afetadas pela valorização do real, que minou a competitividade das exportações brasileiras de maior valor agregado, “em um cenário global de demanda ainda reprimida”. “Os embarques de açúcar e soja em grãos contribuirão para amenizar esse cenário, favorecidos por uma boa safra e preços internacionais em recuperação”, disse Lofrano.

Para 2017, a perspectiva da Codesp é encerrar o ano com movimentação física de 120,596 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econõmico via Portos e Navios