A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos) vai criar um grupo de trabalho para avaliar os planos de implantação de hidrovias para o transporte de cargas na Baixada Santista. A ideia é que membros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit, do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil) e das prefeituras integrem a equipe, que terá o apoio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP).
A implantação de hidrovias na Baixada Santista e o acompanhamento das obras de infraestrutura na Hidrovia Tietê-Paraná foram debatidos durante a 4ª edição do Café e Hidrovias, promovido pelo movimento Pró-Logística e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) na última quinta-feira, na sede da Codesp, na Cidade.
O evento teve ainda a presença de representantes do setor privado – inclusive do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) –, do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC), da Marinha, do Dnit, da Agência de Desenvolvimento da Baixada Santista (Agem) e da Prefeitura de Santos.
Segundo a Codesp, o grupo de trabalho irá avaliar os projetos já desenvolvidos na área hidroviária, analisando quais os mais viáveis para a implantação do transporte de cargas pelos rios da região.
“Esse trabalho nos ajudará a definir o que temos a fazer, onde e os cuidados que devemos ter. Será um projeto conjunto que poderá oferecer soluções ao setor privado, que será responsável por sua viabiliza-ção. Temos que pensar em prol de uma logística que traga economia e que faça crescer o nosso país”, afirmou o diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva.
O diretor de Relações com o Mercado e Comunidade da Docas, Cleveland Sampaio Lofrano, destacou os vários projetos que tratam deste tema. “Temos, agora, que colocar tudo isso em prática”.
Para o diretor-geral da Antaq, Adalberto Torkaski, este encontro visa aumentar a oferta de modalidades de transporte na região do Porto de Santos. “Usar os rios da Baixada Santista é importante para dar mais opções de acesso aos terminais. Mas é mais importante para o Brasil, para, pensando de forma estratégica, dar mais eficiência ao transporte no País”, declarou.
Estudos
A viabilidade do transporte hidroviário de cargas na Baixada Santista é expressa pela quantidade de rios e braços de mar que cruzam a região. São, pelo menos, 180 quilômetros de vias navegáveis que podem ser utilizados para o deslocamento de cargas.
Essa extensão foi constatada em um estudo realizado pela Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) a pedido da extinta Secretaria de Portos (SEP), que foi incorporada ao MTPAC.
No ano passado, Oliva apresentou um projeto que prevê a transferência de cargas de navios para balsas, que então seguiriam para o polo industrial. Na época, o executivo explicou que estudava como o transbordo (a passagem de cargas de uma embarcação para outra) seria feito, se o navio estaria atracado, no cais, ou fundeado no estuário.
Fonte: A Tribuna