Buenos Aires, Argentina – Delegações dos ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), pelo Brasil, e da Produção, pela Argentina, concluíram hoje a sexta reunião da Comissão de Produção e Comércio que envolve os dois países, em menos de dois anos. “A cada edição da Comissão de Produção e Comércio renovamos o nosso compromisso com a busca de maior concertação econômica e comercial nos planos bilateral, regional e multilateral”, declarou o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge.
O ministro enfatizou os avanços obtidos desde a criação da Comissão, em abril de 2016, e o crescimento de 20% na corrente de comércio entre Brasil e Argentina no ano passado. “Os dados indicam firme reversão na tendência de queda no fluxo bilateral verificado desde de 2013 e que nos preocupava. Apesar da melhora, ainda temos muito a recuperar. Não tenho dúvidas de que trabalharemos de forma construtiva com esse objetivo”, acrescentou.
Em dois dias de rodadas técnicas, divididas em sete grupos temáticos, técnicos dos dois governos colocaram em pauta questões de Facilitação de Comércio, Cooperação Regulatória, Defesa Comercial, Exportações e Investimentos, Propriedade Industrial, Serviços, Pequenas e Médias Empresa, Empreendedorismo e Inovação. “A pluralidade e amplitude dos temas tratados nessa comissão indicam maturidade da relação que temos e a alta prioridade recíproca entre Brasil e Argentina”, afirmou o ministro.
Desde 2017, Brasil e Argentina trabalham em cooperação técnica com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para facilitação de comércio. “O caminho para uma maior interdependência entre os nossos países passa inevitavelmente por uma maior presença econômica da Argentina no Brasil e do Brasil na Argentina”, destacou o ministro.
Mercosul – União Europeia
A perspectiva de conclusão, em breve, de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia também foi alvo de avaliação técnica pela Comissão. “As equipes estão muito dedicadas para que tenhamos êxito nos pontos que faltam. Não há dúvidas de que vamos avançar. Estamos bem alinhados com a missão de desenvolvimento de ambos os países. Juntos somos mais fortes”, disse Marcos Jorge.
As delegações compartilharam informações sobre a última reunião do Comitê de Negociações Birregionais, realizada em Assunção, entre 19 de fevereiro e 2 de março. Também concordaram com a necessidade conciliar as posições de modo que seja concluída a negociação durante o primeiro semestre de 2018.
Balança comercial
Em 2017, a corrente de comércio do Brasil com a Argentina somou US$ 27 bilhões, aumento de 20,2% em relação a 2016, quando havia registrado US$ 22,5 bilhões. Foi o primeiro aumento na corrente de comércio desde 2013. No ano, a Argentina foi o 3º maior parceiro comercial do Brasil.
As exportações brasileiras para a Argentina aumentaram 31,3 % com relação ao ano anterior, tendo passado de US$ 13,4 bilhões para US$ 17,6 bilhões, o que fez do país o 3º destino das exportações brasileiras em 2017. Já as importações brasileiras provenientes da Argentina aumentaram 3,9% em relação a 2016, passando de US$ 9 bilhões para US$ 9,4 bilhões.
Diante desses números, a balança comercial com a Argentina registrou superávit de US$ 8,1 bilhões para o Brasil, aumento em relação ao superávit de US$ 4,3 bilhões registrado em 2016. Foi o maior superávit já registrado com a Argentina.
Comissão de Produção e Comércio
A Comissão de Produção e Comércio Brasil-Argentina foi estabelecida em abril de 2016, durante a gestão do ex-ministro Marcos Pereira, após longo período sem que tivesse havido reunião ampla e formal entre os Ministérios responsáveis pelo comércio exterior dos países. A comissão é organizada e conduzida pelo MDIC e pelo Ministério da Produção da Argentina e tem se concentrado na busca de soluções para a fluidez do comércio e dos investimentos entre ambos os países.
Em todas as reuniões, as delegações foram chefiadas pelos ministros do MDIC e do Ministério da Produção e contaram com participação de órgãos dos dois governos. Os resultados obtidos pela Comissão são levados, periodicamente, aos Presidentes de ambos os países.
Fonte: MDIC / Assessoria de Comunicação Social do MDIC