O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (3), após chegar abaixo de R$ 3,85 e em sintonia com o movimento de baixa do dia anterior, com os investidores ajustando suas posições de olho no cenário eleitoral.
A moeda norte-americana caiu 1,18%, vendida a R$ 3,8867. Na mínima, o dólar foi a R$ 3,8227, e na máxim, a R$ 3,9213. Já o dólar turismo fechou negociado a R$ 4,04, sem considerar o IOF (tributo). Veja mais cotações.
No acumulado da semana, a moeda dos EUA recuou 3,74%. No ano, o dólar sube 17,30% até esta quarta-feira.
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, subiu 2,04%, a 83.273 pontos, após ter avançado quase 4% na véspera, em meio a especulações sobre o desfecho das eleições.
Bolsa de Valores opera em alta e dólar em queda nesta quarta-feira (3)
Após a divulgação da pesquisa Ibope na segunda-feira, as atenções dos investidores se voltaram para os números do Datafolha divulgados no início da noite da terça-feira e entrevistas com candidatos realizadas no mesmo dia.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 2,09%, vendida a R$ 3,9333 – menor valor desde 17 de agosto, quando a moeda terminou cotada a R$ 3,9146. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista, teve a maior alta diária em quase dois anos, subindo 3,78%, a 81.593 pontos.
No exterior, o dólar teve leve alta ante a cesta de moedas, assim como os juros nos EUA em razão das revisões das expectativas sobre a trajetória da política monetária dos Estados Unidos.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 1,155 bilhão de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.
Saída de dólares do Brasil chega a US$ 6,13 bilhões em setembro, a maior do ano
Perspectivas
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 caiu de R$ 3,90 para R$ 3,89 por dólar, segundo o boletim Focus do Banco Central divulgado na segunda. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,80 para R$ 3,83 por dólar.
Desde agosto, o dólar vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores passaram a comprar dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado. O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil.
Na prática, as flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.
Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.