Às 10h15, a moeda norte-americana avançava 0,62%, vendida a R$ 3,2289.
“A saída de Gary Cohn… é um sinal preocupante, pois ele, democrata e ex-banqueiro da Goldman Sachs, era um mínimo sinal de razão em meio à loucura do governo Trump”, trouxe a gestora Infinity em relatório.
Gary Cohn, banqueiro de Wall Street que se tornou personagem fundamental da reforma tributária dos Estados Unidos em 2017 e uma das bases contra forças protecionistas no governo de Donald Trump, renunciou na véspera.
A renúncia ocorreu depois que Trump disse que vai impor altas tarifas sobre importações de aço e alumínio, medida protecionista que atingirá os aliados próximos Canadá e México. A promessa de Trump de impor tarifas já havia aumentado a especulação de que Cohn poderia deixar a Casa Branca devido à sua oposição a essa política.
Na véspera, em meio à repercussão negativa da medida inclusive entre os Republicanos, partido de Trump, o mercado chegou a avaliar que a taxação seria retórica para conseguir uma negociação mais favorável aos Estados Unidos no acordo sobre o Nafta.
“O mercado tinha melhorado claramente ontem com a possibilidade de o governo Trump rever sua política em relação ao aço. Mas ficou claro que ele não vai rever essa posição, no que depender dele, reafirmando intenção protecionista”, disse à Reuters o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.
Nesta manhã, a União Europeia informou estar pronta para reagir às tarifas sobre o aço e alumínio, enquanto que os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos expressaram preocupações tanto comerciais quanto sistêmicas e disseram temer ações retaliatórias, afirmou um porta-voz da Organização Mundial de Comércio (OMC).
No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta de moedas e perto da mínima de 14 meses ante o iene. A moeda norte-americana subia ante as moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano e o rand sul-africano.
O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção para o mercado cambial nesta quarta-feira, por enquanto. Em abril, vencem US$ 9,029 bilhões em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 1,2%, vendida a R$ 3,209.
Fonte: G1