A participação de produtos importados no consumo dos brasileiros aumentou 1,3 ponto percentual em relação a 2017 e alcançou 18,4% em 2018, o maior nível desde 2011, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (16) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que realizou pesquisa com as empresas do setor.
Trata-se do segundo ano consecutivo de alta do indicador, o que mostra que a indústria brasileira segue perdendo competitividade e, consequentemente, mercado para os concorrentes estrangeiros.
“Desde 2003, esse é o segundo maior valor do indicador, perdendo apenas para os 18,8% registrados em 2011”, destacou a CNI.
“O aumento do coeficiente de penetração das importações ocorreu apesar da desvalorização do real no período, que encarece os produtos importados frente aos nacionais”, afirma o estudo.
Entre os 23 setores da indústria de transformação analisados, apenas três registraram queda no consumo de importados e ganharam espaço no mercado doméstico entre 2017 e 2018: o de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (queda de 2,1 pontos percentuais), o de celulose e papel (recuo de 0,4 ponto percentual) e o de bebidas (redução de 0,3 ponto percentual).
Já o coeficiente de insumos industriais importados, que mede a participação dos insumos importados na produção da indústria, subiu de 23,1% em 2017 para 24,3% em 2017, atingindo o maior valor desde 2014, quando era de 25,9%. Dos 19 setores da indústria de transformação, apenas três – metalurgia, químico, e impressão e reprodução – reduziram a proporção de insumos importados.
Vendas externas
O coeficiente de exportação, que mede a importância do mercado externo para a indústria, ficou praticamente estável, passando de 15,7% em 2017 pata 15,8% em 2018. “Tal comportamento deve-se, sobretudo, à recuperação da produção doméstica, que praticamente acompanhou o aumento das exportações”, afirma o estudo.
Já o coeficiente de exportações líquidas, que mostra a diferença entre as receitas obtidas com as exportações e as despesas com a importação de insumos industriais, caiu de 6,5% em 2017 para 5% em 2018 em valores correntes.
Fonte: G1