BRASÍLIA – Em fevereiro, o saldo entre vendas e compras do exterior foi positivo e a balança comercial brasileira registrou o terceiro maior saldo comercial da história para o mês, de US$ 3,096 bilhões. O resultado de fevereiro foi suficiente para reverter o déficit registrado em janeiro e o primeiro bimestre acumula saldo positivo em US$ 1,361 bilhão.
Houve alta de 15,5% nas , com destaque para a venda de petróleo, minério de cobre e ferro. Já as subiram 16,7%, principalmente pela compra, no mês passado, de uma plataforma de petróleo de US$ 2,2 bilhões.
Os dados das exportações e importações brasileiras ainda não foram impactados pelo coronavírus. A expectativa do governo é que, como os contratos são firmados no longo prazo, o avanço da doença só tenha efeito nos próximos meses. “Não conseguimos enxergar impacto significativo agora nos dados, mas há relatos de empresas com problemas. O efeito não é imediato, pode ser que haja efeito do coronavírus em março”, afirmou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
Mesmo os embarques para a China, epicentro do coronavírus, aumentaram em fevereiro. No mês passado, as vendas subiram 20,9%. O aumento sucede uma queda registrada em janeiro, quando as exportações caíram 9,3% para o país.
Naquele mês, os primeiros sinais do coronavírus apareciam e o ano novo chinês reduziu o negócios. “Janeiro teve uma demanda reprimida da China, que se transferiu para fevereiro”, afirmou.
No bimestre, houve alta de 5,5% nas exportações para a China. Já as importações para a China ficaram praticamente estáveis, aumentando 0,7% em fevereiro. No bimestre, houve alta de 1,7%.
Nas últimas semanas, exportadores e importadores relataram problemas em setores variados, como carne e equipamentos elétricos. “O efeito do coronavírus é gradual e heterogêneo entre os setores. Tivemos uma queda de 9,2% no preço da carne em fevereiro, pode ser indício [de impacto do coronavírus]”, acrescentou.
“Houve relatos de dificuldade na importação de insumos eletroeletrônicos da China, mas ainda não identificamos nos dados”, completou.
Câmbio
O aumento nas exportações também reflete o dólar mais alto. Enquanto parte da população reclama, os exportadores já colhem os frutos do aumento da rentabilidade ocasionado pelo real desvalorizado.
Segundo Brandão, a expectativa é de grandes volumes de exportação de soja neste ano, a depender da produção. “O dólar mudou para um nível de mais de R$ 4. Os exportadores estão otimistas com rentabilidade”, afirmou.
Fonte: Estadão