O Centro Nacional da Navegação Transatlântica (Centronave, que reúne armadores em atuação no Brasil) aponta que, no fim deste mês, há a previsão de escassez momentânea de contêineres. Isto deve acontecer porque muitos não foram descarregados na Ásia e podem demorar a serem reposicionados para novos embarques.
A entidade aponta que partidas não foram realizadas nos fluxos de comércio da Ásia com Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Com isso, as caixas metálicas ficaram retidas nos portos.
No caso de contêineres refrigerados (reefers), o congestionamento ainda é crítico em Xangai, Xingang e Ningbo. Atualmente, a maioria das províncias da China está retomando o trabalho e deverá gradualmente aumentar o nível de atividade nos próximos dias.
Para o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, a retenção de cargas na China pode causar um desbalanceamento da oferta de caixas metálicas no país.
“As exportações, por enquanto, não sofreram impacto, mas, o prolongamento dessa epidemia, agora afetando outros países, poderá provocar um desbalanceamento até de containers dry, sem falar no reefer, open top, flat rack, que são equipamentos especiais e de menor quantidade, devido ao seu frequente uso, mais de custo mais elevado. o que provocará um gargalo logístico”.
O diretor-executivo do Sindamar aponta que uma alternativa é trazer os contêineres vazios para o País. Mas dependerá da logística e da retomada das atividades na Ásia.
“Há terminais chineses que passaram a cobrar taxas de congestionamento de clientes com carga refrigerada e as linhas de montagem das indústrias na Zona Franca de Manaus [AM] são as mais afetadas, com o quadro atual na China”, destacou o Roque.
Fonte: A Tribuna