A movimentação de cargas nos portos brasileiros cresceu 3,98% de janeiro a maio deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019. Segundo o Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) passaram pelos portos organizados e terminais de uso privado 436,445 milhões de toneladas.
O Porto de Santos, o maior da América do Sul, foi responsável por 46,2 milhões de toneladas, uma alta de 10,45% em comparação ao ano passado. O cais santista, inclusive, lidera o ranking de movimentação em se tratando de portos organizados.
De acordo com o consultor portuário e diretor da Agência Porto, Ivam Jardim Arienti, os bons resultados no Porto de Santos são reflexo do crescimento das exportações de soja e açúcar.
“Esse crescimento dos granéis pode ser compreendido facilmente ao verificarmos que (de janeiro a maio de 2019) a proporção de sólidos à granel no Porto de Santos correspondia a 48% do volume total operado. Em 2020, corresponde a 51,5%. O bom crescimento desse setor ocupou espaço dos outros tipos de cargas, que tiveram queda”, explica.
Arienti aponta que os setores de passageiros, as importações e exportações de veículos apresentaram baixa. O primeiro, segundo ele, teve zero de movimentação, após a covid-19.
“Já o setor de contêineres, em números absolutos, apresentou uma manutenção dos volumes com tímido crescimento, sendo que as importações diminuíram, mas as exportações compensaram em termos de volumes. Isso se dá, entre vários motivos, pelo câmbio”.
Vocação
O advogado do setor portuário, Matheus Miller, ressalta que em meio à pandemia e as projeções de retrações na economia – de quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) -, os números da movimentação de cargas demonstram a vocação do País para exportação de commodities.
“Com certeza ajudará muito na performance do nosso PIB. O que não se nota nas estatísticas é a presença de aumento na movimentação de contêineres que é fortemente relacionada a importação de bens acabados e semiacabados, que estão associados ao consumo das famílias brasileiras e que poderiam incrementar significativamente o resultado do nosso PIB”, aponta.
Divisão
Os terminais privados foram responsáveis pela movimentação de 282,599 milhões de toneladas, uma participação de 64,8% de participação – o crescimento foi de 2,74%. O destaque fica para o Terminal da Ponta da Madeira (MA), com 64,7 milhões de toneladas.
Os portos organizados foram responsáveis por 153,846 milhões de toneladas, o que significa 35,2% de participação. Neste caso, entretanto, o aumento das movimentações foi de 6,34%. O cais santista lidera este ranking, com os já informadas 46,2 milhões de toneladas
Destaque
O minério de ferro foi a carga mais movimentada no setor portuário brasileiro nos primeiros cinco meses do ano: 121,7 milhões de toneladas. Em seguida, vieram o petróleo e derivados, com 103,5 milhões de toneladas. Em terceiro, aparece a soja: 62,1 milhões de toneladas.
Fonte: A Tribuna