A movimentação de cargas em portos brasileiros cresceu 8,5% em 2017, e o Porto de Santos continua a liderar o embarque e o desembarque de mercadorias. No ano, foram movimentadas 1 bilhão de toneladas de carga nos portos organizados e nos terminais de uso privado do País. Do total, 365 milhões passaram pelos portos públicos, e o cais santista ficou com 29% desta movimentação.
Os dados fazem parte do Anuário CNT do Transporte 2018, lançado na segunda-feira (13) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O levantamento se baseou em bancos de dados públicos e privados.
Em sua terceira edição, a publicação apresenta mais de 800 tabelas que mostram a evolução dos setores rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo, com estatísticas consolidadas sobre cargas, passageiros, frota e infraestrutura.
Estrada
Os principais problemas que afetam a operação portuária, de acordo com o relatório, estão ligados às condições das rodovias.
O documento aponta que, enquanto a frota de veículos continua crescendo rapidamente, com um aumento de 63,6% entre 2009 e 2017, a malha rodoviária brasileira ainda apresenta deficiências estruturais, que elevam o número de mortes decorrentes de acidentes de trânsito.
Nesse mesmo período, a malha pavimentada cresceu apenas 0,5% e a maior parte da extensão avaliada pela CNT apresenta alguma imperfeição, tanto em pavimento quanto na sinalização ou na geometria das vias.
“Apenas 12% de nossa malha viária é pavimentada e mais de 60% dela apresenta algum tipo de problema. Além do grande número de acidentes, essas condições pesam no aumento do custo operacional do transporte de cargas e o Brasil perde produtividade”, explica o coordenador de estatísticas e pesquisas da CNT, Jefferson Cristiano.
Cais santista
Mesmo com os transtornos nas estradas, por onde passam mais de 60% das cargas com destino ao porto, e os gargalos de acesso ao complexo portuário, algumas medidas para agilizar o fluxo de embarque e embarque nos navios são avaliadas de forma positiva pelo representante da Confederação Nacional do Transporte.
“Percebe-se que no Porto de Santos, onde houve recorde na movimentação física, não foram feitas grandes ações ou investimentos pesados para esse aumento de cargas em 2017. Reuniões técnicas e políticas, além de agendamentos eletrônicos, conseguiram organizar a chegada da mercadoria”, avalia Cristiano.
Outros dados
Na movimentação portuária, o anuário mostra que, em 2017, a maioria da carga transportada no País é a de granel sólido, com 696 milhões de toneladas, seguida de granel líquido e gasoso (230 milhões de toneladas), conteinerizada<TB>(107 milhões de toneladas) e carga geral(54 milhões de toneladas). Cerca de 70% da carga em contêineres passa pelos portos organizados.
Os setores ferroviário e aéreo também fazem parte do anuário e vêm registrando sucessivas altas na movimentação de cargas nos últimos anos. No ano passado, foram transportadas 538,8 milhões de toneladas úteis no sistema ferroviário brasileiro, 6,9% a mais do que em 2016. A movimentação de carga teve aumento de 8,9% no mesmo período, com o transporte de 1,24 milhão de toneladas.
Fonte: A Tribuna via Portos e Navios