A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou sua previsão para a balança comercial em 2017. A projeção é que as exportações alcancem US$ 197,360 bilhões, significando aumento de 7,2% em relação aos US$ 184,163 bilhões estimados para 2016; já as importações devem ficar em US$ 145,713, também com aumento de 5,2% em relação aos US$ 138,509 bilhões estimados para 2016. Com esses valores, o superávit previsto para 2017 é de US$ 51,647 bilhões (13,1% acima do estimado para 2016).
Segundo a entidade, os valores foram estimados a partir do cenário vigente, com diversos fatores de incertezas sobre 2017 e impactos ainda desconhecidos para as economias mundial e brasileira, entre os quais estão a eleição de Donald Trump e eventuais ações de protecionismo, com revisão de acordos comerciais, elevação de juros; reflexos comerciais e/ou protecionistas decorrentes do reconhecimento ou não da China como economia de mercado; o efetivo impacto nas cotações de petróleo resultante do corte, a partir de janeiro de 2017, de 1,2 milhões de barris de petróleo anunciado pela OPEP; o Brexit e seus impactos econômico-comerciais; entre outros fatores.
Os dados de exportação foram projetados considerando a taxa cambial oscilando entre R$ 3,20 e R$ 3,50, influenciada pela elevação dos juros nos Estados Unidos e/ou pelo quadro político-econômico vigente no Brasil.
Para a entidade, exportar manufaturados para a União Europeia poderá ficar mais difícil após a desvalorização de cerca de 20% do euro frente ao dólar, o que torna as exportações brasileiras ainda mais caras.
Em relação às importações, a AEB considerou a elevação do PIB ao redor de 0,5%; manutenção de baixa demanda interna; aumento do índice de desemprego; pequena redução média, em relação a 2016, dos custos cambiais e tributários de importação; leve aceleração da importação para reduzir custos; entre outros pontos.
Pela análise, como o índice de crescimento das exportações de commodities será positivo e o de manufaturados negativo, a participação das commodities na pauta de exportação deverá passar de 58% para 61%.
A soja em grão, pelo terceiro ano consecutivo, continuará o produto líder de exportação, com US$ 21,660 bilhões, decorrente de pequena elevação da cotação e médio aumento do quantum.
Na avaliação da entidade, o elevado superávit comercial a ser obtido em 2016 não deve ser comemorado, pois será resultado de forte queda das importações, e o Brasil continua necessitando de urgentes reformas estruturais nas áreas tributária, previdenciária e trabalhista, investimentos maciços e contínuos em infraestrutura para reduzir custos de logística e acelerar processos de desburocratização, condições indispensáveis para reduzir custos e tornar os produtos exportados competitivos, sem depender de taxa de câmbio.
Em nota divulgada, o presidente da AEB, José Augusto de Castro, disse que as elevações projetadas de 7,2% nas exportações e de 5,2% nas importações, representando efetiva contribuição para o PIB em 2017, mostram a importância do setor para o País, que precisa ser mais competitivo. “O Brasil continua necessitando realizar urgentemente reformas estruturais nas áreas tributária, previdenciária e trabalhista, assim como investir em infraestrutura para reduzir custos de logística e acelerar processos de desburocratização, condições indispensáveis para reduzir custos, sem depender de taxa de câmbio”, ponderou.
Fonte: Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) via Aduaneiras