Após anunciar a conclusão de três negócios ontem, a Petrobras informou que cumpriu 90% da meta de venda de ativos prevista para o biênio 2015 e 2016, que era de US$ 15,1 bilhões. A estatal informou que obteve US$ 13,6 bilhões com seu programa e a diferença foi transferida para os anos seguintes. Assim, a meta da empresa para o biênio 2017-2018 agora é atingir US$ 21 bilhões com a venda de ativos.
Segundo a Petrobras, o descumprimento da meta é resultado de decisão liminar da Justiça de Sergipe, que impede a conclusão das negociações para a venda dos campos de Tartaruga Verde e Baúna.
Os dois campos estão localizados nas Bacias de Campos e Santos, respectivamente. A empresa está em estágio avançado de negociação com a companhia australiana Karoon Gas Australia e, segundo fontes do Valor, o preço da transação deverá ficar próximo de US$ 1,8 bilhão.
Em um comunicado divulgado ao mercado no início da noite de ontem, a estatal informou que obteve mais US$ 587 milhões em três negócios. A participação de 45,9% no capital da Guarani, detida pela Petrobras Biocombustível (PBIO), foi adquirida pela Tereos Participations, subsidiária do grupo francês Tereos, por US$ 202 milhões. A estatal ressaltou que o projeto Guarani está dentro dos ativos que tiveram a venda autorizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que havia limitado o programa no começo do mês.
A estatal de petróleo também informou que o seu conselho de administração aprovou a venda da Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). Os compradores são duas subsidiárias da mexicana Alpek, que devem desembolsar no total US$ 385 milhões.
A estatal já havia informado em novembro que as negociações com a Alpek estavam em “estágio avançado”. O valor do negócio será pago em reais na data do fechamento da venda e ainda está sujeito a ajustes de capital de giro, dívida líquida e impostos a recuperar.
A petrolífera ressaltou que Suape e Citepe também fazem parte dos ativos cuja venda foi autorizada pelo TCU. No entanto, a venda ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
No comunicado ao mercado a Petrobras informou ainda que a venda dos ativos não aplica o direito de preferência aos seus acionistas, uma vez que as empresas se tornaram subsidiárias da estatal após uma operação de compra e venda de ações, e não por meio de uma incorporação de ações, não resultando em diluição societária.
Fonte: Valor via Portos e Navios