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Porto de Santos terá centro de pesquisas

Porto de Santos terá centro de pesquisas
02/06/2016

O Porto de Santos contará com um centro de pesquisas para estudar o complexo marítimo e que reunirá universitários da região. Para isso, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do cais santista e a responsável pela futura unidade de estudos, pretende firmar parcerias com as instituições de ensino da Baixada Santista.

Uma primeira parceria já foi oficializada entre a Codesp e a Universidade Católica de Santos (UniSantos) no mês passado. A medida permite que os alunos da entidade de ensino utilizem a instalação em seus trabalhos.

O futuro centro de pesquisas será construído em um dos antigos armazéns do Porto, sob a orientação de pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). São os mesmos estudiosos que foram contratados pela Autoridade Portuária para avaliar até que profundidade a dragagem deve ser feita e seus reflexos nas praias da região.

“Os alunos serão muito bem-vindos e estão contemplados em um documento que assinamos com a UniSantos. E assim que essas instalações (do centro de pesquisa) estiverem concluídas, nós teremos um acerto, uma cooperação entre as várias universidades. Será feito um cronograma de trabalho para que haja sincronia dos interesses, dos projetos comuns e dos experimentos. É um laboratório. É pra lá que a gente tem que ir para aprender”, destacou o diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva.

Segundo o executivo, esse centro terá um modelo físico em escala do complexo marítimo. Para isso, deverá ter 2,5 mil metros quadrados de área.

O local para a implantação do centro de pesquisa ainda não foi escolhido pelos especialistas que estudam o Porto de Santos. Mas a expectativa de Oliva é de que tudo esteja concluído até o final do ano.

“Os alunos podem vir com ideias novas, trazer sugestões de fora porque o olhar de fora enxerga mais do que quem está dentro. Podemos crescer juntos. Teremos muito trabalho de pesquisa para inovar, criar e fazer diferente”, destacou o presidente.

A unidade de pesquisa do Porto de Santos também contará com um auditório e sala de estudos. Sobre o modelo em escala do complexo marítimo, ele reproduzirá condições físicas semelhantes às do Estuário de Santos, como as variações de maré, correntezas e ondas.

Para isso, será utilizado um batedor de onda, além de equipamentos adotados em levantamentos de profundidade e para testes de resistência em atracadouros e cabeços. “Vamos poder exercitar o aprendizado e melhorar o desempenho do Porto. Será uma obra de detalhes, que exige mão de obra qualificada dos professores dos centros de pesquisa”.

Para a construção do laboratório, será necessário um aditivo ao contrato firmado com a USP para as pesquisas sobre a dragagem. O documento original prevê a implantação de um modelo reduzido na Cidade Universitária, na Capital, onde ficamos simuladores computacionais necessários aos estudos, os especialistas que os utilizam e os bancos de dados. Agora, o plano é que toda a estrutura seja construída também em Santos e sirva de legado para as próximas gerações. O objetivo é que ela se torne o embrião de um futuro centro de pesquisas.

Estudos

A respeito dos estudos da USP sobre os impacto da dragagem, algumas conclusões já foram divulgadas. Um deles é que a restrição ao alargamento do canal de navegação do Porto de Santos, proposta pelo Ministério Público como uma forma para evitar a erosão na Ponta da Praia, trará prejuízos às operações e poderá causar a falência do Porto de Santos.

E uma pesquisa elaborada por Paolo Alfredini, professor da Escola Politécnica e um dos maiores especialistas em Engenharia Portuária do Brasil, aponta que apenas 4% da erosão na Ponta da Praia é causada pela dragagem do Porto. Os outros 96% se referem à fatores sem relação com o complexo.

Fonte: A Tribuna Santos via Brasil Comex