Brasília – O BC revisou de US$ 40 bilhões para US$ 46 bilhões a estimativa para o superávit comercial neste ano. Em 2018, a balança comercial brasileira registrou um saldo positivo de US$ 58,3 bilhões, o segundo maior da série histórica do comércio exterior brasileiro, iniciada em 2989, inferior apenas ao superávit recorde apurado em 2017, no valor de US$ 66,989 bilhões.
Nas projeções divulgadas ontem (27), o Banco Central (BC) melhorou a estimativa para o saldo negativo das contas externas, neste ano. A previsão para o déficit em transações correntes (compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações) passou de US$ 30,8 bilhões para US$ 19,3 bilhões.
A estimativa para 2019 corresponde a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A previsão está no Relatório de Inflação, publicação trimestral do BC, divulgado hoje (27).
Segundo o BC, a revisão ocorreu devido às perspectivas de desaceleração do crescimento da economia global e a redução na projeção do PIB, de 2%, previstos em março, para os atuais 0,8%. “A alteração incorpora modificações pontuais na composição do déficit, com expectativa de aumento do superávit comercial, e de reduções nas despesas líquidas de renda primária [lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários] e serviços”, acrescenta o BC.
Em relação à conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos, entre outros)m o déficit está projetado em US$ 31,4 bilhões – US$ 5 bilhões abaixo do previsto no Relatório de Inflação anterior, de março.
Ainda de acordo com o BC, os pagamentos líquidos de juros estão projetados em US$ 19,4 bilhões, acima da projeção anterior, de US$ 17 bilhões. A projeção para as remessas líquidas de lucros e dividendos foi reduzida de US$ 20,5 bilhões para US$ 17,5 bilhões, “reflexo da menor perspectiva de crescimento econômico e de taxa de câmbio média mais desvalorizada em relação ao ano anterior”. Já os ingressos líquidos da conta secundária foram mantidos em US$ 2,7 bilhões.
Investimento estrangeiro
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o Investimento Direto no País (IDP), porque os recursos são aplicados no setor produtivo.
A projeção para os ingressos líquidos de IDP segue em US$ 90 bilhões (4,8% do PIB). Em 2018, foram registrados US$ 88,3 bilhões.
No toante aos Investimentos Diretos no Exterior, o BC ampliou a estimativa de US$ 10 bilhões para US$ 15 bilhões, “influenciada por menores fluxos de desinvestimentos em 2019 em relação ao ano anterior”.
(*) Com informações da Agência Brasil
Fonte: Comex do Brasil